quarta-feira, 3 de julho de 2024

A cegonha

 





A CEGONHA

Conto popular japonês

 

Era uma vez, um jovem camponês que vivia num país onde o inverno era muito rigoroso.

Numa manhã, quando a neve caia, ele observava a paisagem da janela de sua casa. Quando os flocos pararam de cair por um instante, ele saiu caminhando e viu um movimento que chamou sua atenção. Ao aproximar-se, viu que era uma cegonha que estava machucada, atingida por uma flecha. De coração generoso, resolveu ajudar o pássaro, retirando a flecha e fazendo um curativo em sua asa.

Os olhos da cegonha mostraram imensa gratidão. Levantou voo e foi se distanciando até que o jovem a viu desaparecer atrás das montanhas. Dias depois, bateram em sua porta. O rapaz abriu e na sua frente estava uma moça de quimono branco e um manto vermelho protegendo o rosto. A moça disse que estava indo para a próxima aldeia, mas acabou se perdendo no caminho. Perguntou se poderia ficar ali por uma noite. O frio lá fora era imenso.

O camponês permitiu e sugeriu que ela se sentasse perto do fogareiro. Depois, ele ofereceu chá bem quente.

No dia seguinte, o jovem sentiu um cheiro gostoso de comida e foi procurar de onde vinha. Logo percebeu que sua hóspede era quem estava preparando. Há muito tempo ele não comia algo tão saboroso. Vendo a neve cair lá fora, sugeriu que a moça ficasse mais uns dias, até que o tempo melhorasse e ela pudesse seguir viagem. Ela ficou muito alegre e aceitou.

O período da neve passou, mas a moça não partiu.

Ao contrário, ficou e casou com o jovem. Passaram a viver muito felizes.

Um dia, a moça teve uma ideia para ajudar o marido. Pediu que ele construísse um tear. Assim ela poderia tecer e ele venderia seu trabalho na feira. Em poucos dias, o tear estava pronto. A moça disse que ia começar a tecer, mas havia uma condição:

 

- Durante os três dias que eu estiver tecendo não quero que me veja. Está bem?

 

Ele estranhou, mas prometeu não olhar. E aguardou. A moça foi para um quarto e lá ficou com a porta fechada.

Três dias se passaram. Finalmente o tear parou e a porta abriu. A moça saiu do quarto. Trazia nas mãos um tecido que parecia ter sido desenhado por uma deusa.

O rapaz levou o tecido para a cidade e o vendeu rapidamente por uma grande quantia de moedas de ouro. O jovem voltou todo contente. A moça disse que iria tecer mais um. Mas que novamente ele não poderia olhar por três dias.

No terceiro dia o trabalho ficou pronto. Ela mostrou o tecido. Era ainda mais belo que o primeiro. O jovem vendeu por uma quantia de moedas ainda maior. Voltou todo entusiasmado e pediu que ela fizesse um terceiro tecido. Ela já mostrava sinais de cansaço, mas aceitou o pedido e foi para o quarto do tear.

Mas, dessa vez, o marido não aguentou de curiosidade e resolveu dar uma espiada. Ele chegou junto da porta, abriu uma fresta e viu: os fios pareciam ter vida. Eles se moviam rápido como uma dança. Em frente ao tear estava... uma cegonha! O pássaro arrancava com o bico as próprias penas e ia entremeando aos fios, formando as delicadas estampas. O homem fechou a porta com cuidado e continuou a esperar ouvindo o som do tear.

Logo veio o silêncio. A moça saiu do quarto. Estava muito abatida. Mostrou o tecido que era ainda mais lindo que os anteriores. A jovem olhou o rapaz nos olhos e disse:

 

- Você viu! Sabe quem eu sou? Eu sou aquela cegonha que você salvou na neve. Vim para retribuir o que fez por mim. Agora preciso ir.

- Para onde? Me perdoe, não devia ter olhado.

 

Ela deixou sua última obra e saiu.  O camponês gritou:

 

- Por favor, não vá!

 

Ele correu atrás da moça, mas já era tarde. A moça se transformou e saiu voando até desaparecer no céu.

Adaptação de Augusto Pessôa

 

quarta-feira, 15 de julho de 2020

O único culpado!



O sábio O sábio rei Weng pediu para visitar a prisão de seu palácio. E começou a escutar as queixas dos presos.

– Sou inocente – dizia um acusado de homicídio. – Vim para cá porque quis assustar minha mulher, e sem querer a matei.

– Me acusaram de suborno – dizia outro. – Mas tudo que fiz foi aceitar um presente que me ofereciam.

Todos os presos clamaram inocência ao rei Weng. Até que um deles, um rapaz de pouco mais de vinte anos, disse:

– Sou culpado. Feri meu irmão numa briga e mereço o castigo. Este lugar me faz refletir sobre o mal que causei.

– Expulsem este criminoso da prisão imediatamente! – gritou o rei Weng. – Com tantos inocentes aqui, ele terminará por corrompe-los!

(conto chines)

Assuma seus erros e você verá que as consequências serão mais brandas do que tentar encobri-los!

Pense nisso e viva melhor! 


sábado, 11 de julho de 2020

Liberte - se do preconceito!



"Um jovem da tribo chega para o velho e diz:
- Não vou mais participar do grupo
O velho respondeu:
- Mas porquê?
O jovem:
- Vejo minha irmã que fala mal de outra pessoa; um pequeno grupo que vive conversando e não ajuda, pessoas que durante a dança parecem tentar se exibir e tantas outras coisas ruins que eu vejo.
O velho:
- Muito bem, mas antes que você vá, eu quero que você me faça um favor: pegue um copo cheio de água e rode o círculo três vezes sem derramar uma gota de água no chão. Depois disso, você pode deixar o grupo.
E o jovem pensou: Muito fácil!
Deu a volta três vezes como o velho pediu.
Quando terminou, disse:
- Pronto.
E o velho perguntou-lhe:
- Quando você estava por aí, viu algum irmão falar mal de outro?
A resposta foi: Não.
Você viu os dançarinos reclamando um ao outro?
- Não.
Você viu alguém que não estava ajudando?
- Não.
- Você sabe porquê? Perguntou.
- Você estava concentrado no copo para não derramar a água.
O mesmo está no nosso grupo e na vida. Quando nosso foco são nossos passos, nossa oração e nossa evolução, não temos tempo para ver os erros dos outros.
Quem deixa um círculo por causa de outro nunca entrou para dançar, curar, orar, orar pela humanidade. Quem olha para os outros, nunca entrou para honrar seus antepassados, nunca entrou para sua própria evolução, para encontrar seu verdadeiro espírito na dança, para servir a comunidade.
Liberte-se do preconceito, da opinião dos outros, de olhar para os outros, cure-se e dance." 

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segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Os três leões


Os Três Leões
Numa determinada floresta havia 3 leões.

Um dia o macaco, representante eleito dos animais súditos, fez uma reunião com toda a bicharada da floresta e disse:

- Nós, os animais, sabemos que o leão é o rei dos animais, mas há uma dúvida no ar: existem 3 leões fortes.

Ora, a qual deles nós devemos prestar homenagem? Quem, dentre eles, deverá ser o nosso rei?

Os 3 leões souberam da reunião e comentaram entre si:

- É verdade, a preocupação da bicharada faz sentido, uma floresta não pode ter 3 reis, precisamos saber qual e nós será o escolhido.
Mas como descobrir?

Essa era a grande questão: lutar entre si eles não queriam, pois eram muito amigos. O impasse estava formado.

De novo, todos os animais se reuniram para discutir uma solução para o caso.

Depois de varias reuniões eles tiveram uma idéia excelente.

O macaco se encontrou com os 3 felinos e contou o que eles decidiram:

- Bem, senhores leões, encontramos uma solução desafiadora para o problema.

A solução está na Montanha Difícil.

- Montanha Difícil? Como assim?

- É simples, ponderou o macaco.

Decidimos que vocês 3 deverão escalar a Montanha Difícil.

O que atingir o pico primeiro será consagrado o rei dos reis.

A Montanha Difícil era a mais alta entre todas naquela imensa floresta.

O desafio foi aceito.

No dia combinado, milhares de animais cercaram a montanha para assistir a grande escalada.

O primeiro tentou. Não conseguiu. Foi derrotado.

O segundo tentou. Não conseguiu. Foi derrotado.

O terceiro tentou. Não conseguiu. Foi derrotado.

Os animais estavam curiosos e impacientes, afinal, qual deles seria o rei, uma vez que os 3 foram derrotados?

Foi nesse momento que uma águia sábia, idosa na idade e grande em sabedoria, pediu a palavra:

- Eu sei quem deve ser o rei!!! Todos os animais fizeram um silêncio de grande expectativa.

- A senhora sabe, mas como? todos gritaram para a Águia.

- É simples, confessou a sábia águia, eu estava voando entre eles, bem de perto e, quando eles voltaram f racassados para o vale, eu escutei o que cada um deles disse para a montanha.

O primeiro leão disse: - Montanha, você me venceu!

O segundo leão disse: - Montanha, você me venceu!

O terceiro leão também disse: - Montanha, você me venceu, por enquanto! Mas você, montanha, já atingiu seu tamanho final, e eu ainda estou crescendo.

- A diferença, - completou a águia, - é que o terceiro leão teve uma atitude de vencedor diante da derrota e quem pensa assim é maior que seu problema: É rei de si mesmo, está preparado para ser rei dos outros.

Os animais da floresta aplaudiram entusiasticamente ao terceiro leão que foi coroado rei entre os reis.

MORAL DA HISTÓRIA:
Não importa o tamanho de seus problemas ou dificuldades que você tenha; seus problemas, pelo menos na maioria das vezes, já atingiram o clímax, já estão no nível máximo - mas você não.

Você ainda está crescendo.

Você é maior que todos os seus problemas juntos.

Você ainda não chegou ao limite de seu potencial e performance.

A Montanha das Dificuldades tem tamanho fixo, limitado.

E , lembrem-se do ditado:
"NÃO DIGA A DEUS QUE VOCÊ TEM UM GRANDE PROBLEMA, MAS DIGA AO PROBLEMA QUE VOCÊ TEM UM GRANDE DEUS."

quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Viver como as flores



Viver como as flores
Era uma vez um jovem que caminhava ao lado do seu mestre. Ele perguntou:
– Mestre, como faço para não me aborrecer? Algumas pessoas falam demais, outras são ignorantes. Algumas são indiferentes, outras mentirosas… Sofro com as que caluniam…
– Viva como as flores! – advertiu o mestre.
– Como é viver como as flores? – perguntou o discípulo.
– Repare nestas flores – continuou o mestre – apontando lírios que cresciam no jardim. Elas nascem no esterco, entretanto são puras e perfumadas. Extraem do adubo malcheiroso tudo que lhes é útil e saudável, mas não permitem que o azedume da terra manche o frescor de suas pétalas…
Não é sábio permitir que os vícios dos outros nos importunem. Os defeitos deles são deles e não seus. Se não são seus, não há razão para aborrecimento. Exercite, pois, a virtude de rejeitar todo mal que vem de fora… Não se deixe contaminar por tudo aquilo que o rodeia… Assim, você estará vivendo como as flores!

quinta-feira, 1 de novembro de 2018

O verdadeiro amigo!


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Dois amigos estavam caminhando no deserto. Num certo ponto, eles tiveram uma discussão e um deles deu um tapa na cara do outro.
O rapaz que recebeu a bofetada ficou muito triste, e sem dizer nada, ele escreveu na areia: "Hoje, meu melhor amigo me deu uma bofetada na cara".
Eles continuaram andando até encontrarem um oásis com um lindo lago, onde pararam para se refrescar. O rapaz que levou o tapa caiu em um buraco com lama e começou a afundar, mas seu amigo o salvou. Depois que ele se recuperou desse choque, escreveu em uma pedra: "Hoje, meu melhor amigo salvou a minha vida".
Curioso, o amigo que bateu nele e o salvou perguntou: "Quanto eu te dei um tapa, você escreveu na areia. Agora que te salvei, você escreveu na pedra. Por quê?"
O outro amigo respondeu: "Quando alguém nos machuca, devemos registrar na areia, onde os ventos do perdão podem apagá-lo. Mas, quando alguém faz algo de bom para nós, devemos gravá-lo em pedra, onde nenhum vento pode apagá-lo".
Moral da história: Não valorize as coisas que você tem em sua vida. Valorize as pessoas que você tem em sua vida.

terça-feira, 30 de outubro de 2018

A princesa que não sabia sorrir

Era uma vez um lugar muito distante, mas muito distante mesmo. Ficava pra cima das montanhas, bem perto do horizonte e por isso mesmo se chamava Horizonte Azul. Lá vivia uma princesinha muito bonita chamada Carolina, mas muito, muito triste. Ela era assim: rosto meio oval, olhos verdes e profundos, pele branquinha...branquinha, cabelos longos e macios, boca carnuda e rosada, mas não sorria nunca.


Todas as pessoas daquele lugar viviam muito alegres e já tinham feito de tudo para vê-la sorrir. Da janela do seu castelo, Carolina via as crianças brincarem em volta das casa, via os casais passearem de mãos dadas na pracinha e via também que ninguém brigava nem ficava de mau humor. Também ouvia o som de suas músicas alegres que fazia todos cantarem e dançarem, mas ela ficava triste... cada vez mais triste.


Lá em Horizonte Azul havia muitas flores pelos caminhos, muitos pássaros e árvores bem coloridas, de modo que todos que por ali passavam sentiam uma alegria no ar e eram felizes para sempre, só Carolina não via e nunca sorria.


Um dia, chegou naquele lugar um jovem muito formoso e esperto que percebeu a tristeza da menina e se apaixonou por ela. Resolveu ir até o palácio e conversar com ela. Quem sabe contando todas as suas histórias, falando do seu imenso amor ela não se sentiria mais feliz? Assim fez.


O jovem falou do amor, cantou muitos versos, disse-lhe também de um lugar maravilhoso, onde todos viviam em união ajudando uns aos outros, do valor da oração na família e do agradecimento a Deus por todas as coisas recebidas. Falou das flores que se abriam a cada manhã, dos pássaros que voavam livremente e cantavam lindas melodias. Falou de tantas e tantas coisas fascinantes e com tamanha simplicidadeque Carolina sentiu vontade de ir até lá. Mas o jovem lhe disse que ela teria de ir sozinha, ele estaria por perto e lhe deixaria um anel como prova de seu amor e de comprometimento. Todas às vezes que sentisse a sua falta ou precisasse de ajuda bastava tocar no anel levemente e ele voltaria. E assim foi.
princesinha desceu do seu palácio e chegou lá embaixo onde nunca tinha estado e viu que as coisas eram bem diferentes do seu mundo As pessoas eram alegres e educadas, mas estavam sempre ocupadas nas suas tarefas, não se preocupavam com coisas fúteis nem perdiam tempo, que era precioso, com bobagens. Carolina andou, andou, olhou,olhou e se cansou. Sentiu fome, e para comer tinha que fazer o pão como as outras mulheres. Sentiu sede, mas teria de ir à fonte pegar água. Sentiu sono, mas teve que fazer a sua própria cama. Então, não gostou de ficar ali, quis voltar para a sua janela. Sentiu medo e sentiu-se só. Lembrou-se do anel, ao tocá-lo, imediatamente vieram a sua mente as coisas lindas que o rapaz lhe dissera. Como num passe de mágica, retomou forças e continuou a procurar pelo mundo encantado.
Algum tempo depois já mostrava sinais de cansaço, seus pés sangravam, suas roupas pesavam, tudo lhe incomodava. O tempo passava mais depressa ainda, olhou para o anel, segurou-o e novas lembranças vieram lhe dar ânimo. Ele estava ali a poucos passos tentando alegrá-la, parecia lhe dizer: " Olha, Carolina, um dia vai acabar..."
Num belo dia, Carolina se cansou e voltou para o palácio, de lá avistou um lugar mais longe, um lugar além do Horizonte Azul. Ali é que era, com certeza, o lugar ideal de que lhe falara o rapaz. Mas o tempo já havia passado e só Carolina não percebera. Seus cabelos já tinham embranquecido, suas mãos trêmulas não sentiam como antes. Ah! O anel! Ainda estava lá entre os dedos finos, quase a se perder. Tocou-o mais uma vez, e aquele príncipe surgiu a sua frente, e mais uma vez lhe mostrou as flores, os pássaros, as pessoas :"elas são reais, Carolina!" E contou-lhe mais histórias... e cantou mil versos ainda para lhe fazer sorrir, depois convidou-a para dançar.
Carolina, a princesa que não sorria, ouviu aquela música, olhou pela última vez aquele lugar ao longe, olhou para as flores que se abriam lá embaixo, viu a alegria que bailava no ar, espantou a tristeza dali, estendeu a mão para a alegria, saiu a dançar e ... sorriu...
Dizem que até hoje quem passa por aquelas bandas vê um semblante na janela mais alta daquele castelo com um leve sorriso nos lábios.
(piedadevieira)
MORAL DA HISTÓRIA:
Há pessoas que buscam pela felicidade nos lugares mais longínquos, enquanto ela se encontra bem embaixo dos seus pés.