A
HORA CERTA
As pessoas ficam
perguntando quando é a hora certa para fazer as coisas. Invariavelmente,
respondemos que o momento certo para atuarmos é o presente. Se nada nos impede
de fazer algo, então não devemos perder tempo e realizar a tarefa.
Isso, porque não temos
previsão do futuro, portanto, não sabemos o que ele nos reserva. Se deixarmos
alguma tarefa ou projeto para mais tarde, pode acontecer algo que nos impeça e
jamais venhamos a realizá-lo, ou se o fizermos terá sido com enormes dificuldades
e problemas.
Por isso, alguém já
disse: o presente é uma dávida, daí o próprio nome, é o momento do agora, pois
o passado não pode ser ressuscitado e, o futuro, é o presente que ainda não
chegou. Já aconteceram coisas na vida das pessoas, nas quais elas no presente
deixaram de fazer algo e no futuro (quando isso virou passado), arrependeram-se
de não terem atuado.
O ato de fazer as
coisas no presente, lembra-nos aquela máxima popular que afirma: “não deixe
para amanhã o que podes fazer hoje.” Isso não deixa de ser verdade, pois não
raras vezes encontramo-nos em maus lençóis por não termos seguido o conselho.
Um exemplo ao que nos
recordamos, foi o de adiar um compromisso social que no momento achávamos não
ser importante. Mais tarde, mudamos de idéia e tomamos a decisão de aceitar o
compromisso. Porém, foi-nos dito que por motivos adversos ocorridos, a situação
era outra e a realização do ato não mais seria possível.
Isso levou-nos à
frustração por não termos aproveitado a ocasião que nos foi oferecida. Foi uma
decepção que não gerou prejuízo financeiro, mas, ficamos a imaginar: quantas
pessoas não passaram pela mesma experiência e, além da decepção, perderam bens,
não conseguiram aquela amizade desejada, deixaram de fazer bons negócios ou perderam
um possível grande amor?
Nosso conto da semana
traduz algo semelhante: “O rei, buscando a certeza de tudo de tal modo que
nunca falhasse, fez três perguntas aos homens estudados: 1. Qual a hora certa
de começar tudo? 2. Quais as pessoas certas a escutar e a quem evitar? 3. Qual
a coisa mais importante a fazer? Os homens estudados divergiam nas respostas.
O rei, então, foi até
um eremita, conhecido em toda parte pela sua sabedoria. O eremita estava
cavando quando chegou o rei. Então, o rei fez-lhe as três perguntas. O eremita
cumprimentou-o, mas não lhe respondeu e continuou a cavar. Notando que o velho
já estava cansado, o rei se prontificou a ajudá-lo. E o fez por um longo tempo.
Mais tarde, um homem
que estava na floresta à espreita do rei para matá-lo, mas desistiu por causa
de sua demora, foi ferido pela guarda do rei. O rei perdoou-lhe e prometeu
dar-lhe assistência, tendo em troca sua eterna lealdade. Após isso, o rei fez
novamente as três perguntas ao eremita, que lhe respondeu dizendo que “a hora
mais importante foi quando estava cavando os canteiros (senão seria morto).
E eu fui o homem mais
importante; e fazer o bem pra mim foi o seu assunto mais importante. Depois,
quando o homem correu na nossa direção, a hora mais importante foi quando você
estava atendendo-o, pois se você não tivesse cuidado dos ferimentos dele, ele
teria morrido sem fazer as pazes com você.
Então, ele foi o homem
mais importante, e o assunto mais importante foi aquilo que você fez por ele.
Então, lembre-se: existe apenas uma hora que é importante – agora! É a hora
mais importante porque é a única hora em que possuímos algum poder.” Moral da
história: podemos consertar algum erro, no futuro, mas jamais recuperaremos o
tempo perdido no passado.
Richard Zajaczkowski, bacharel em Direito,
Oficial de Justiça Avaliador, acadêmico
de Jornalismo
e membro do Centro de Letras de
Francisco Beltrão
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