DESTINO MERECIDO
Aquelas pessoas que
costumam maldizer a sua falta de sorte, praguejando contra o destino, formam em
torno de si uma aura de irradiações negativas, que cedo ou tarde recairá sobre
elas com força redobrada.
Isso acontece porque
elas quer saibam ou não, são submetidas à ação de uma das leis naturais de
gravidade espiritual, conhecida como reciprocidade. Esta implica em troca ou
permuta, ou seja, se fazemos duas boas ações e uma má, temos um superávit de
uma boa ação.
Essa lei aplica-se
tanto a atos materiais, quanto às palavras que proferimos e aos pensamentos que
emitimos. O pessimismo, o mau-humor, a irritação e o descontrole emocional,
levam os seres humanos, pela lei da reciprocidade, ao acúmulo de superávit
negativos.
Esse acúmulo de superávit
negativos gera uma doença moderna que a sociedade conhece como sendo estresse.
Esta, por sua vez, é a porta de entrada para outros males tanto do físico
quanto da alma.
O segredo para evitar
o estresse, é não reclamar das coisas ruins que acontecem, pois nada vem a nós
gratuitamente. Mantendo nossas emoções neutras ou em estado latente, arejamos a
mente à entrada de fios de irradiações de natureza positiva.
Nossa história relata
algo assim: “Calíope vivia em uma
ilha perto de Creta. Seu pai, um grande fiandeiro, trabalhava para o rei da
Grécia. Ambos tinham um padrão de vida muito bom. Certo dia, o rei chamou-os à
Creta para executarem alguns serviços.
Durante a viagem, uma
grande tempestade atingiu a embarcação. Calíope sobreviveu indo parar em Alexandria;
seu pai veio a falecer. Procurando não emitir juízo de valor sobre algo que não
entendia, Calíope apenas disse: – O que farei agora que meu pai está morto e eu
naufraguei aqui nesta terra desconhecida?
Mas a fortuna lhe
sorriu e ela foi encontrada por um casal de tecelões, que a adotaram. Aprendeu
com esmero o ofício de tecelã. Porém, o destino mais uma vez foi adverso:
enquanto passeava, bárbaros invadiram sua aldeia e a seqüestraram, levando-a
para o mercado de escravos em Istambul.
Quando ia ser vendida,
um próspero serralheiro e construtor de mastros para navios, via-a e pensou:
‘Ela não me parece uma escrava. Vou comprá-la e fazê-la de criada para minha
esposa’. Chegando à ilha de Java, o comerciante descobriu que estava falido,
pois fora roubado.
Sem dinheiro, seus
empregados o abandonaram. Teve que reconstruir sua fortuna, ajudado pela esposa
e Calíope. Esta, trabalhou com tanta vontade que seu patrão lhe devolveu a
liberdade e ela se tornou seu braço direito. Confiando em Calíope, o comerciante
carregou o navio de mastros e pediu que ela os negociasse na Índia.
Mas, novamente o
destino foi antagônico. Navio a pique, Calíope encontrou-se na China. Ao invés
de se insurgir contra esse fado, apenas disse a si mesma: – Por que toda vez
que estou feliz vem algo e destrói minha felicidade?
Na China, havia uma
profecia dizendo que uma mulher estrangeira construiria uma grande tenda para o
imperador. Na aldeia, uma camponesa sugeriu que marcasse audiência com o
monarca. Na audiência, este perguntou: – Você pode me construir uma tenda?
Para construir a
tenda, Calíope precisaria de um tipo hiper-resistente de corda, de um tecido
especial e de mastros resistentes. Nenhum desses bens havia na China. Então,
lembrando tudo o que tinha aprendido com seu pai fiandeiro, com o casal de
artesões e com o construtor de mastros, ela mesma fabricou as mercadorias.
Vendo a profecia
cumprida, o imperador perguntou-lhe o que ela mais desejava. Disse que apenas
queria viver nesse país. Moral da história: Casou-se com um príncipe.
Felicidade completa, aprendeu que todos os sofrimentos e dissabores serviram
como uma lição de vida”.
Richard Zajaczkowski,
bacharel em Direito,
Oficial de Justiça –
Vara do Trabalho, jornalista
e membro do Centro de
Letras de Francisco Beltrão
E-mail: richard.zaja@uol.com.br
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