sábado, 30 de janeiro de 2016

Elos integrados

Elos integrados

Sibélia Zanon


Temos o hábito de ver a vida em fragmentos. Os médicos, cada vez mais, se especializam em partes cada vez menores do nosso corpo. Pensamos por partes, e acreditamos que o pequeno panorama que conseguimos vislumbrar representa a realidade última do todo.
Às vezes, até conseguimos, sim, imaginar o todo. A natureza nos faz vislumbrar a vida integrada, elementos funcionando em interdependência. Como exercício, podemos pensar que os frutos dependem das abelhas, que dependem da vegetação rica em néctar e pólen, que depende das chuvas, que dependem das florestas, que dependem dos pássaros, que dependem dos frutos e assim por diante. Poderíamos formar rodas e mais rodas de associações recíprocas e integradas.
Se fizéssemos uma teia com os elementos da natureza, tudo poderia ser interligado em suas causas e efeitos. Até uma fruta passada tem sua função integrada ao todo, dispersando sementes e enriquecendo o solo para tudo o que virá.
De alguma forma, tudo o que é vivo está interligado, mantendo relações. E por que seria diferente com o ser humano?
A mesma integração que permeia a natureza também nos engloba numa teia de acontecimentos, de pensamentos, de ações que influenciam nossas vidas, ao mesmo tempo em que nós mesmos influenciamos outras vidas. Podemos não gostar da atuação de uma empresa e, mesmo sem notar, usar materiais que ela produz. Podemos condenar a poluição dos rios, mas pode ser que algum prédio que frequentamos, por motivos de trabalho ou lazer, jogue seus detritos em algum rio. Podemos achar ruim a violência que ocorre do outro lado do mundo, mas será que não estamos de alguma forma contribuindo para a sua existência? O quanto estamos implicados num mundo que não queremos ter? 
Ou seja, mesmo por pensamentos, nos integramos à teia e podemos reforçar atitudes que condenamos.
 Nesse sentido, somos elos. Cada um é o elo de uma corrente. Um elo complexo, capaz de pensar, agir, colaborar ou subtrair. Um elo que pode ser forte ou frágil. Mesmo que nossa visão nunca possa abranger 360 graus, podemos imaginar a importância que cada elo desempenha no todo. O modo de ser de cada elo pode fazer o todo mais ou menos forte.
Seria então possível potencializar nossa atuação para o que é bom? Na mesma medida em que podemos reforçar atitudes que condenamos, podemos apoiar atitudes que admiramos. E quando cuidamos para que um elo permaneça íntegro, também contribuímos para que não haja fissuras no todo. 
Buscar um olhar abrangente, que entende que estamos integrados num contexto amplo, nos torna mais humanos, mais conscientes de nossa participação como elos de algo maior.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Verdade simples!












Sobre o livro Na Luz da Verdade


A Mensagem do Graal de Abdrushin é um trabalho extraordinário, cujo valor não pode ser comparado a todos os tesouros do mundo. Se você é um buscador sincero da Verdade, a leitura do livro Na Luz da Verdade pode lhe ajudar a encontrá-la. Por muitos anos nós temos estudado sozinhos todos os tipos de religiões, filosofias, segredos e ensinamentos antigos e tentamos unir todos os diversos fragmentos da Verdade que nós encontramos; mas nós nunca conhecemos uma fonte completa de conhecimento como a obra de Abdrushin.
Na Mensagem do Graal é possível encontrar o que ser humano já intui profundamente dentro de si – Verdade simples e profunda – de uma forma clara e não distorcida. Enquanto os outros ensinamentos requerem freqüentemente aceitação incondicional, aceitação cega de certos dogmas, e fé sem a possibilidade de convicção; na Mensagem do Graal nós podemos compreender todos os conceitos diretamente e em sua completa profundidade. Enquanto religiões e filosofias contêm freqüentemente contradições, e enquanto seus ensinamentos de certas declarações absurdas são obrigados a suscitarem qualquer dúvida razoável, o livro Na Luz da Verdade ajuda-nos a unir o conhecimento parcial em um quadro completo e, ao mesmo tempo, remover acepções incorretas que nos impedem de alcançar consciência espiritual. Até mesmo no exame mais cuidadoso da Mensagem do Graal nós nunca encontraremos uma única contradição. O livro Na Luz da Verdade, como nenhum outro livro, permite uma compreensão de coisas que outros ensinamentos somente tentam expressar. Abdrushin coloca tão profundas Verdades no livro Na Luz da Verdade que cada Verdade poderia ser ampliada em muitos livros.
Muitas vezes, diferentes assuntos estão ainda ocultos em certas dissertações da Mensagem do Graal e você só poderá obter uma compreensão completa depois de ler com afinco as dissertações posteriores. Então é importante ler o livro inteiro na seqüência prescrita – frase por frase, dissertação após dissertação. Nós não queremos dizer mais nada neste momento, porque encontrar a Verdade, reconhecê-la pela intuição do espírito, é algo que cada um de nós tem de fazer por si mesmo, ou seja, ninguém pode fazer isto por você.
Nós esperamos que esta página ajude a apresentar aos leitores a obra de Abdrushin, Na Luz da Verdade – Mensagem do Graal, e que também os permita examinar o livro, de forma independente e sem influência de outros indivíduos; pois vários grupos e a mídia desenvolvem sua própria idéia sobre o verdadeiro conteúdo e valor do livro.



Verdade simples


Abdrushin escreveu que os conceitos de forças boas e más ainda são interpretados erroneamente, pois “onde existem duas forças, logicamente deve haver dois soberanos, neste caso, portanto, dois deuses, um bom e um mau.” Mas há somente uma força que perpassa tudo aquilo que existe, animando e movimentando. Esta força também flui ininterruptamente através do ser humano, que direciona a força neutra de Deus através de sua vontade e livre-arbítrio. Deste modo o ser humano administra isso em uma direção boa ou má.
Há muito tempo Jesus disse que uma árvore boa dá bons frutos e uma árvore ruim dá frutos ruins. Com a vontade do ser humano é semelhante – seu espírito ou é elevado à Luz ou para baixo, para as profundidades escuras – tudo depende de como a pessoa trabalha com a força neutra de Deus confiada a ele por Deus. Vontade espiritual, que é na realidade igual à intuição, é de fato algo que tem a habilidade para administrar esta grande força neutra.
Tudo o que o ser humano precisa para o seu desenvolvimento espiritual está contido nesta Verdade simples, e fácil de compreender. Abdrushin adverte o ser humano que ele tem que assumir completa responsabilidade pela forma que ele opta por utilizar seu livre-arbítrio. Isso significa que o ser humano tem de sofrer as conseqüências por todos os seus pensamentos, palavras e ações. Claro que não apenas durante este pequeno ciclo de vida terrena, mas também depois do desenlace do corpo terreno.
Para uma melhor compreensão e para que possamos ser capazes de utilizar suas palavras na vida real, vamos agora ouvir do próprio Abdrushin:
“Vós, que muitas vezes procurais de modo tão convulsivo encontrar o verdadeiro caminho, por que tornais isso tão difícil para vós? Imaginai com toda a simplicidade como a força pura do Criador flui através de vós, a qual dirigis com os vossos pensamentos em direção boa ou má. Dessa maneira, sem esforço nem quebra-cabeça, tereis tudo! Considerai que depende da simplicidade de vosso intuir e pensar, se agora essa força prodigiosa irá acarretar o bem ou o mal. Que poder benéfico ou destruidor vos é concedido com isso!
Nisso, não precisais fazer esforço que vos provoque suor na fronte, nem precisais agarrar-vos às chamadas práticas ocultistas, a fim de, mediante contorções corporais e espirituais, possíveis e impossíveis, alcançar algum degrau totalmente insignificante para vossa verdadeira ascensão espiritual!”
“Lembrai-vos com alegria pura, que podeis, sem nenhum esforço, através de vosso simples e bem-intencionado intuir e pensar, dirigir essa força única e gigantesca da Criação. Exatamente de acordo com a maneira de vosso intuir e de vossos pensamentos são então os efeitos dessa força. Atua por si, bastando apenas que a guieis. E isso se processa com toda a simplicidade e singeleza! Para tal não se faz necessário erudição, nem mesmo saber ler ou escrever. A cada qual de vós é dado em igual medida! Nisso não há diferença.
Assim como uma criança pode, brincando, ligar uma corrente elétrica, mexendo num interruptor, disso decorrendo efeitos incríveis, da mesma forma vos é presenteado o dom de guiar a força divina, através de vossos simples pensamentos.”
(Trechos da dissertação: Responsabilidade, Abdrushin, Na Luz da Verdade)

domingo, 24 de janeiro de 2016

Despertai!



                                                 Despertai!


Despertai, vós seres humanos, do sono de chumbo! Reconhecei o fardo indigno que carregais e que pesa com uma indizível e tenaz pressão sobre milhões de criaturas. Atirai-o fora! Acaso merece ser carregado? Nem sequer um único segundo!
Que encerra ele? Debulho vazio que se desvanece temeroso ao sopro da Verdade. Desperdiçastes o tempo e a força em vão. Arrebentai, portanto, as cadeias que vos prendem embaixo, tornai-vos finalmente livres!
O ser humano que permanece acorrentado interiormente será eternamente escravo, mesmo que seja um rei.
Vós vos atais com tudo o que vos esforçais por aprender. Ponderai: com a aprendizagem vos comprimis sempre em formas alheias que outros conceberam, vos associais de bom grado a uma convicção alheia, apenas apropriando-vos daquilo que outros vivenciaram em si, para si. Considerai: uma coisa não é para todos! O que é útil para um pode prejudicar a outrem. Cada qual tem de percorrer por si seu próprio caminho para o aperfeiçoamento. Seu equipamento para isso são as faculdades que traz em si. De acordo com elas é que tem de se orientar, e sobre elas edificar! Se não o fizer, permanecerá um estranho dentro de si mesmo, e se encontrará sempre ao lado daquilo que estudou, e que nunca poderá tornar-se vivo dentro dele. Assim, cada proveito para ele está fora de cogitação. Vegeta, e um progresso é impossível.
Notai bem, vós que vos esforçais com sinceridade pela Luz e a Verdade:
O caminho para a Luz deve cada qual vivenciar dentro de si, deve descobri-lo pessoalmente, se desejar caminhar com segurança sobre ele. Somente aquilo que o ser humano vivencia em si, intuindo com todas as modificações, é que compreendeu plenamente!
A dor e também a alegria batem continuamente à porta, estimulando, sacudindo para um despertar espiritual. Durante segundos fica então o ser humano aí muitas vezes libertado de todas as futilidades da vida cotidiana e, tanto na felicidade como na dor, pressente a ligação com o espírito que perpassa tudo o que é vivo.
tudo é vida, nada está morto! Feliz daquele que compreende e retém tais momentos de ligação, erguendo-se nisso para cima. Não deve aí ater-se a formas rígidas, mas sim cada um deve desenvolver-se por si mesmo, partindo de seu íntimo.
Tende compaixão com os zombadores e todos aqueles que ainda desconhecem a vida espiritual. Não fiqueis zangados com eles, quando se tornarem sarcásticos; pois estes são apenas dignos de lástima. Como bêbados, como doentes se encontram perante a grande obra da Criação, que tanto nos oferece. Como cegos que passam, tateando, pela existência terrena, e não vêem todo o esplendor que os rodeia!
Os coitados estão confusos, dormem; pois como pode um ser humano, por exemplo, ainda afirmar que só existe aquilo que ele vê? Que acolá, onde ele com seus olhos nada consegue distinguir, não haja vida nenhuma. Que, com a morte de seu corpo, também ele deixa de existir, somente porque até agora, em sua cegueira, não se pôde convencer com seus olhos do contrário? Não sabe ele agora, já por muitas coisas, como é estreitamente limitada a capacidade do olho? Não sabe ele ainda que ela está ligada às capacidades de seu cérebro, adstritas a tempo e espaço? E que, por essa razão, tudo quanto está acima de espaço e tempo ele não pode reconhecer com seus olhos? Nenhum desses zombadores compreendeu ainda tal fundamentação lógica do intelecto? A vida espiritual, chamemo-la também de Além, é, contudo, somente algo que se acha inteiramente acima do conceito terreno de espaço e tempo, e que necessita, portanto, de um caminho idêntico para ser reconhecido.
Contudo, nosso olho nem mesmo vê aquilo que se deixa classificar no tempo e no espaço. Imagine a gota d’água, cuja incondicional pureza cada olho testemunha e que, observada através dum microscópio, encerra milhares de seres vivos, que dentro dela, sem piedade, lutam e se destroem. Não há, às vezes, bacilos na água, no ar, que possuem força para destruir corpos humanos, e que não são perceptíveis aos olhos? Todavia se tornam visíveis através de instrumentos aperfeiçoados. Quem, depois disso, ousará ainda afirmar que não encontrareis coisas novas até agora desconhecidas, tão logo aperfeiçoardes melhor tais instrumentos? Aperfeiçoai-os mil vezes, milhões de vezes, mesmo assim a visão não terá fim, mas sim, diante de vós se desvendarão sempre mundos novos que antes não podíeis ver nem sentir e que, todavia, já existiam. O pensamento lógico leva a idênticas conclusões também sobre tudo aquilo, que as ciências até agora conseguiram reunir. Dá-se a expectativa de permanente desenvolvimento e nunca, porém, de um fim.
Que é então o Além? Muitos se confundem com essa palavra. O Além é simplesmente tudo aquilo que não se deixa reconhecer com meios auxiliares terrenos. Meios auxiliares terrenos, contudo, são os olhos, o cérebro, e tudo o mais do corpo, bem como os instrumentos que ajudam essas partes a exercer suas atividades de modo mais nítido e exato, expandindo-as. Poder-se-ia dizer, portanto: o Além é o que se encontra além das faculdades de reconhecimento dos nossos olhos corpóreos. Uma separação, porém, entre este mundo e o Além não existe!E também nenhum abismo! Tudo é homogêneo, como a Criação toda. Uma força perflui tanto o Aquém como o Além, tudo vive e atua a partir dessa única corrente da vida e, por causa disso, é completa e indissoluvelmente interligado. Disso se torna compreensível o seguinte. Quando uma parte desse todo adoece, deve o efeito fazer-se sentir na outra parte, como num corpo. Partículas doentes dessa outra parte fluem então para a que adoeceu, através da atração da igual espécie, reforçando assim ainda mais a doença. Se tal doença, porém, tornar-se incurável, surge então a indispensável contingência de afastar à força o membro doente, a fim de que o conjunto não sofra permanentemente. E o perigo condiciona efeito recíproco salutar que, devido à sintonização errada, é dificultado, às vezes de forma inimaginável.
Por esse motivo, mudai vosso modo de pensar. Não existe um Aquém e um Além, mas sim apenas uma existência una! A noção de separação foi inventada apenas pelo ser humano, por não poder ver tudo e por se considerar o ponto central e principal do âmbito que lhe é visível. Mas o seu campo de ação é maior. Com o erro da separação, ele apenas se restringe, veementemente, impede seu progresso, e dá ensejo a fantasias desenfreadas, originando imagens monstruosas. É de se surpreender, então, se, como conseqüência, muitos apenas têm um sorriso incrédulo, outros uma adoração doentia que degenera em escravidão ou fanatismo? Quem pode aí ainda se espantar com o medo tímido, sim, aflição e pavor que são criados em muitos seres humanos? Fora com tudo isso! Por que esse tormento? Derrubai essa barreira que o erro dos seres humanos procurou levantar, e que, todavia, nunca existiu! A sintonização errônea de até agora vos dá também uma base falsa sobre a qual vos esforçais inutilmente em erigir sem fim a verdadeira fé, isto é, a convicção interior. Esbarrais por isso em pontos, rochedos que vos devem tornar vacilantes ou hesitantes, ou vos obrigam a destruir de novo o edifício todo, para, em seguida, talvez abandonar tudo com desalento ou rancor. Nisso, o prejuízo é somente vosso, pois para vós não existe progresso, mas sim apenas parada ou retrocesso. O caminho, porém, que tendes de percorrer, torna-se desta forma ainda mais comprido.
Quando tiverdes finalmente compreendido a Criação como um todo, que ela é, quando não fizerdes nenhuma separação entre o Aquém e o Além, então tereis o caminho reto, o alvo verdadeiro estará mais próximo, e a ascensão vos causará alegria, dará satisfação. Podereis então sentir e compreender muito melhor os efeitos da reciprocidade que pulsam, cheios de vida, através do todo, do homogêneo, pois toda a atuação é impulsionada e mantida por aquela força única. A Luz da Verdade irrompe assim para vós!
Reconhecereis em breve que, para muitos, só a comodidade e a preguiça é a causa de zombarias, somente porque custariam esforços para derrubar o que foi aprendido e considerado até agora, e construir coisa nova. E a outros isso vem alterar a habitual rotina, e por isso se lhes torna incômodo. Deixai esses tais, não brigueis; contudo, oferecei prestimosos o vosso saber àqueles que não estiverem contentes com os prazeres passageiros e que procuram algo mais na existência terrena, não sendo como os animais, que só procuram satisfazer o seu corpo. Dai-lhes o reconhecimento, que estais obtendo, não enterreis o tesouro, pois com o dar o vosso saber também se torna, reciprocamente, mais rico e mais forte.
No Universo age uma lei eterna: Que somente no dar também pode haver um receber, quando se trata de valores, que são permanentes! Isso penetra tão fundo, traspassa a Criação toda, como um legado sacrossanto do seu Criador. Dar desinteressadamente, ajudar onde for necessário, e ter compreensão pelo sofrimento do próximo, bem como por suas fraquezas, chama-se receber, pois esse é o caminho simples e verdadeiro para o Altíssimo!
E querer isso seriamente redunda em vosso imediato auxílio e força! Um único desejo intuído sincera e profundamente voltado para o bem, e já será despedaçada, como que por uma espada de fogo, pelo outro lado agora ainda invisível para vós, a muralha que vossos próprios pensamentos até agora tinham erguido como obstáculo; pois vós sois, sim, uma só coisa com o Além tão temido, negado ou desejado por vós, sois ligados a ele estreita e inseparavelmente.
Experimentai isso; pois vossos pensamentos são os mensageiros que enviais, e que a vós retornam sobrecarregados com o que foi intencionado por vós, seja coisa boa ou má. Isso acontece. Lembrai que os vossos pensamentos são coisas que se formam espiritualmente, tornando-se freqüentemente configurações que sobrevivem à existência terrena do vosso corpo, e então muito tornar-se-vos-á claro. Evidenciar-se-á assim a exatidão do que foi dito: Pois suas obras os seguirão! As criações de pensamentos são obras que hão de esperar-vos! Que formam anéis claros ou escuros à vossa volta e que tereis de transpor para penetrar no mundo espiritual. Nenhuma proteção, nenhuma interferência pode ajudar aí, porque tendes a autodeterminação. O primeiro passo para tudo tem de partir de vós, portanto. Ele não é difícil, reside apenas no querer que se manifesta pelos pensamentos. Desta forma trazeis em vós mesmos tanto o céu como o inferno.
Podeis decidir, mas estais sujeitos às conseqüências de vossos pensamentos e de vosso querer, incondicionalmente! As conseqüências, vós próprios as criais, por isso vos clamo: Conservai puro o foco dos vossos pensamentos, com isso estabelecereis a paz e sereis felizes!
Não vos esqueçais de que cada pensamento por vós criado e enviado atrai durante o percurso todos os da mesma espécie ou adere a outros, com isso vai se tornando forte, cada vez mais forte e por fim atinge também um alvo, um cérebro que talvez tenha se distraído durante alguns segundos apenas, dando assim espaço para tais formas flutuantes de pensamentos, para que entrem e atuem. Imaginai só que responsabilidade cai então sobre vós, se o pensamento um dia se transformar em ação por uma pessoa em que pôde atuar! Tal responsabilidade se manifesta já pela circunstância de que cada pensamento conserva ligação ininterrupta convosco, como através de um fio que não arrebenta, para então retornar com a força adquirida durante o percurso, para vos sobrecarregar ou tornar felizes, conforme a espécie que gerastes.
Assim nos encontramos no mundo dos pensamentos, e damos também lugar, com o respectivo modo de pensar, a formas de pensamentos semelhantes. Por isso não malbarateis a força do pensar, ao contrário, concentrai-a para a defesa e para uma forma de pensar aguçada que saia como lanças, atuando sobre tudo. Criai assim com os vossos pensamentos a lança sagrada que combate pelo bem, que cicatriza feridas e beneficia a Criação inteira!
Por isso, para o atuar e o progredir, sintonizai nisso o pensar! Para fazê-lo, tereis de abalar muitas colunas que suportam concepções tradicionais. Muitas vezes se trata dum conceito erroneamente absorvido, que não deixa encontrar o verdadeiro caminho. Ele tem de retroceder ao ponto de onde partiu. Um vislumbre de luz põe abaixo a construção inteira, que ele penosamente construiu durante decênios, e então recomeça a obra depois de um maior ou menor atordoamento! Ele é obrigado, já que no Universo não existe estagnação. Tomemos, por exemplo, a noção do tempo:
O tempo passa! Os tempos mudam! Assim se ouve por toda parte os seres humanos dizerem, e com isso surge involuntariamente em nosso espírito um quadro: vemos tempos mutáveis passando por nós!
Esse quadro se torna hábito e para muitas pessoas forma uma base sólida por onde vão edificando, orientando todas as suas pesquisas e reflexões de acordo com isso. Não demora muito, contudo, até que esbarrem então em obstáculos, que se encontram em contradição uns com os outros. Já nada se ajusta, nem com a melhor boa vontade. Perdem-se e deixam lacunas, que, não obstante todo o cismar, não mais podem ser preenchidas. Muitas pessoas acham então que em tal contingência se deve recorrer à , como sucedâneo, quando o pensamento lógico não encontra nenhum amparo. Mas isso é errado! O ser humano não deve crer em coisas que não possa compreender! Deve procurar compreendê-las; do contrário irá escancarar largamente a porta para os erros, e com os erros sempre se desvaloriza também a Verdade.
Crer sem compreender é apenas indolência, preguiça mental! Isso não leva o espírito para o alto, pelo contrário, oprime-o. Por conseguinte, levantemos o olhar, devemos examinar e pesquisar. Não é à toa que existe dentro de nós o impulso para isso.
O tempo! Passará realmente? Qual a razão de esbarrarmos em obstáculos referentes a esse princípio, quando aí se quer prosseguir no pensar? Muito simples, porque o pensamento básico é falsopois o tempo permanece parado! Nós, sim, é que marchamos ao seu encontro! Investimos pelo tempo adentro, que é eterno, procurando dentro dele a Verdade. O tempo permanece parado. Continua o mesmo hoje, ontem, e em mil anos! Somente as formas é que variam. Mergulhamos no tempo, para haurir no regaço de suas anotações, a fim de fomentar nosso saber com as coleções que ele encerra! Pois nada se perdeu, tudo ele preservou. Não mudou, porque é eterno. Tu também, ó ser humano, és sempre apenas o mesmo, quer pareças jovem ou velho! Permaneces aquele que és! Tu próprio já não o percebeste? Não notas nitidamente uma diferença entre a forma e o teu “eu”? Entre o corpo, que é sujeito a alterações, e tu, o espírito, que é eterno?
Vós procurais a Verdade! Que é a Verdade? O que hoje ainda admitis como Verdade patentear-se-vos-á amanhã já como erros, para mais tarde descobrirdes outra vez que nesses erros se encontram grãos de Verdade! Pois também as revelações modificam suas formas. Assim continua para vós com ininterrupta pesquisa, mas na modificação amadurecereis!
A Verdade, contudo, permanece sempre a mesma, não muda; pois é eterna! E sendo eterna, nunca poderá, mediante os sentidos materiais que só distinguem mutações de formas, ser compreendida real e limpidamente! Por isso, espiritualizai-vos! Livres de todos os pensamentos terrenos, possuireis a Verdade e estareis na Verdade, a fim de banhar-vos nela, irradiados constantemente pela sua luz límpida; pois ela vos envolve totalmente. Nadareis nela, tão logo vos espiritualizardes.
Então não tereis mais necessidade de aprender arduamente as ciências nem de recear quaisquer erros, mas sim já tereis para cada pergunta a resposta na própria Verdade, mais ainda, não tereis então mais perguntas, porque, sem que penseis, sabereis tudo, abrangereis tudo, porque vosso espírito vive na Luz límpida, na Verdade!
Por conseguinte, tornai-vos livres espiritualmente! Arrebentai todas as cadeias que vos detêm embaixo! Se com isso se apresentarem obstáculos, jubilai alegremente ao seu encontro; pois eles significam para vós o caminho para a liberdade e para a força! Considerai-os como uma dádiva, donde surgem proveitos para vós e, brincando, ireis transpô-los.
Ou eles são colocados à vossa frente para que aprendais com isso e vos desenvolvais, com o que aumentais vossos recursos para a ascensão, ou são efeitos retroativos de alguma culpa, que com isso redimireis e da qual vos podeis libertar. Em ambos os casos vos levarão para diante. Assim, ide em frente, é para vossa salvação!
É tolice falar de golpes do destino ou provações. Cada luta e cada sofrimento é progresso. Com isso é oferecida ao ser humano a oportunidade de anular sombras de faltas anteriores; pois nenhum centavo pode ser perdoado a cada um, porque o circular de leis eternas no Universo também é inexorável a esse respeito, leis nas quais se revela a vontade criadora do Pai, que assim nos perdoa e desfaz todas as trevas.
O menor desvio nisso reduziria o mundo a escombros, tão clara e tão sabiamente tudo está disposto.
Quem, todavia, tiver muita coisa anterior a liquidar, não deverá tal pessoa desanimar então, apavorando-se diante do resgate das culpas?
Pode dar início a isso confiante e alegre, livre de quaisquer preocupações, logo que queira com sinceridade! Pois uma compensação pode ser criada através da corrente contrária duma força de boa vontade, que no espiritual se torna viva igual a outras formas de pensamentos e como uma forte arma capaz de afastar cada lastro de trevas, cada pesadume, e conduzir o “eu” para a Luz!
Força de vontade! Um poder não pressentido por tantos que, como um imã que nunca falha, atrai para si as forças iguais, para com elas crescer como avalanche, e unido a outros poderes espirituais semelhantes, atua retroativamente, atinge novamente o ponto de partida, portanto, a origem, ou, melhor ainda, o gerador, e o eleva alto para a Luz ou o arremessa mais profundamente ainda na lama e na sujeira! Conforme a espécie que o próprio causador desejou anteriormente. Quem conhece essa ação recíproca que se realiza de forma permanente e infalível, existente em toda a Criação, que nela se desencadeia e desabrocha com inamovível certeza, esse sabe utilizá-la, tem de amá-la, tem de temê-la! Para esse torna-se vivo gradualmente o mundo invisível que o rodeia; pois sente seus efeitos com tal nitidez, que liquida cada dúvida. Tem de intuir as fortes ondas de atividade infatigável que agem sobre ele, provenientes do grande Universo, tão logo atente apenas um pouco para isso, sentindo, por fim, que ele é o foco de fortes correntes, qual uma lente que capta os raios solares e os faz convergir sobre um ponto e acolá gera uma força que atua inflamando, podendo queimar e destruir, bem como curar e vivificar, trazer bênçãos, e a qual também é capaz de acender um fogo abrasador! E tais lentes somos também nós, capazes de, mediante nossa vontade, enviar essas correntes invisíveis de força que nos atingem, concentradas num potencial, para finalidades benéficas ou malévolas, levando bênção ou também destruição à humanidade. Fogo abrasador podemos, devemos acender com isso nas almas, fogo do entusiasmo para o bem, para o que é nobre, para a perfeição!
Para isso se faz mister apenas uma força de vontade que torna o ser humano de certa maneira o senhor da Criação, para a determinação de seu próprio destino. Sua própria vontade lhe acarreta a destruição ou a redenção! Cria-lhe, com inexorável certeza, a recompensa ou os castigos.
Não temais, pois, que tal saber vos afaste do Criador, vos enfraqueça a fé de até agora. Pelo contrário! O conhecimento dessas leis eternas, que podemos utilizar, deixa toda a obra da Criação parecer-nos ainda mais sublime, e obriga o pesquisador perspicaz a se prostrar de joelhos, cheio de devoção, diante de sua grandeza!
E então jamais o ser humano quererá o mal. Agarrar-se-á com alegria ao melhor apoio que existe para ele: ao amor! Amor por toda a Criação maravilhosa, amor pelo próximo, a fim de também conduzi-lo para cima, à magnificência dessa usufruição, dessa consciência de força!


Quem não se esforça para compreender direito a Palavra do Senhor, torna-se culpado! 

As três peneiras de Sócrates !

As três peneiras de Sócrates


As três peneiras de Sócrates
Um dia, o velho sábio Sócrates caminhava pelas ruas, quando de repente um homem corre até ele e diz: “Sócrates eu tenho que lhe contar algo sobre seu amigo que...”
“Espere” Sócrates interrompe “Sobre a história que você está prestes a contar-me, você a passou através das três peneiras?”
“Três peneiras?” O homem pergunta: “Quais três peneiras?”
“Vamos tentar”, diz Sócrates.
“A primeira peneira é a da verdade, você examinou o que você estava prestes a contar-me, se é verdade?” Sócrates pergunta.
“Bem, não; eu somente a ouvi”, diz o homem.
“Ah, bem, então você tem usado a segunda peneira, a peneira do bom?” Sócrates pergunta “É algo bom o que você está prestes a contar-me?”
“Humm não, pelo contrário”, responde o homem.
“Hummm” O homem sábio diz: “Vamos utilizar a terceira peneira então, é necessário contar-me o que você está falando tão agitado?”
“Não, não é necessário”, diz o homem.
“Bem” Sócrates diz com um sorriso “Se a história que você está prestes a contar-me não é verdadeira, boa ou necessária, simplesmente esqueça-a e não me incomode com isso.”