terça-feira, 30 de outubro de 2018

A princesa que não sabia sorrir

Era uma vez um lugar muito distante, mas muito distante mesmo. Ficava pra cima das montanhas, bem perto do horizonte e por isso mesmo se chamava Horizonte Azul. Lá vivia uma princesinha muito bonita chamada Carolina, mas muito, muito triste. Ela era assim: rosto meio oval, olhos verdes e profundos, pele branquinha...branquinha, cabelos longos e macios, boca carnuda e rosada, mas não sorria nunca.


Todas as pessoas daquele lugar viviam muito alegres e já tinham feito de tudo para vê-la sorrir. Da janela do seu castelo, Carolina via as crianças brincarem em volta das casa, via os casais passearem de mãos dadas na pracinha e via também que ninguém brigava nem ficava de mau humor. Também ouvia o som de suas músicas alegres que fazia todos cantarem e dançarem, mas ela ficava triste... cada vez mais triste.


Lá em Horizonte Azul havia muitas flores pelos caminhos, muitos pássaros e árvores bem coloridas, de modo que todos que por ali passavam sentiam uma alegria no ar e eram felizes para sempre, só Carolina não via e nunca sorria.


Um dia, chegou naquele lugar um jovem muito formoso e esperto que percebeu a tristeza da menina e se apaixonou por ela. Resolveu ir até o palácio e conversar com ela. Quem sabe contando todas as suas histórias, falando do seu imenso amor ela não se sentiria mais feliz? Assim fez.


O jovem falou do amor, cantou muitos versos, disse-lhe também de um lugar maravilhoso, onde todos viviam em união ajudando uns aos outros, do valor da oração na família e do agradecimento a Deus por todas as coisas recebidas. Falou das flores que se abriam a cada manhã, dos pássaros que voavam livremente e cantavam lindas melodias. Falou de tantas e tantas coisas fascinantes e com tamanha simplicidadeque Carolina sentiu vontade de ir até lá. Mas o jovem lhe disse que ela teria de ir sozinha, ele estaria por perto e lhe deixaria um anel como prova de seu amor e de comprometimento. Todas às vezes que sentisse a sua falta ou precisasse de ajuda bastava tocar no anel levemente e ele voltaria. E assim foi.
princesinha desceu do seu palácio e chegou lá embaixo onde nunca tinha estado e viu que as coisas eram bem diferentes do seu mundo As pessoas eram alegres e educadas, mas estavam sempre ocupadas nas suas tarefas, não se preocupavam com coisas fúteis nem perdiam tempo, que era precioso, com bobagens. Carolina andou, andou, olhou,olhou e se cansou. Sentiu fome, e para comer tinha que fazer o pão como as outras mulheres. Sentiu sede, mas teria de ir à fonte pegar água. Sentiu sono, mas teve que fazer a sua própria cama. Então, não gostou de ficar ali, quis voltar para a sua janela. Sentiu medo e sentiu-se só. Lembrou-se do anel, ao tocá-lo, imediatamente vieram a sua mente as coisas lindas que o rapaz lhe dissera. Como num passe de mágica, retomou forças e continuou a procurar pelo mundo encantado.
Algum tempo depois já mostrava sinais de cansaço, seus pés sangravam, suas roupas pesavam, tudo lhe incomodava. O tempo passava mais depressa ainda, olhou para o anel, segurou-o e novas lembranças vieram lhe dar ânimo. Ele estava ali a poucos passos tentando alegrá-la, parecia lhe dizer: " Olha, Carolina, um dia vai acabar..."
Num belo dia, Carolina se cansou e voltou para o palácio, de lá avistou um lugar mais longe, um lugar além do Horizonte Azul. Ali é que era, com certeza, o lugar ideal de que lhe falara o rapaz. Mas o tempo já havia passado e só Carolina não percebera. Seus cabelos já tinham embranquecido, suas mãos trêmulas não sentiam como antes. Ah! O anel! Ainda estava lá entre os dedos finos, quase a se perder. Tocou-o mais uma vez, e aquele príncipe surgiu a sua frente, e mais uma vez lhe mostrou as flores, os pássaros, as pessoas :"elas são reais, Carolina!" E contou-lhe mais histórias... e cantou mil versos ainda para lhe fazer sorrir, depois convidou-a para dançar.
Carolina, a princesa que não sorria, ouviu aquela música, olhou pela última vez aquele lugar ao longe, olhou para as flores que se abriam lá embaixo, viu a alegria que bailava no ar, espantou a tristeza dali, estendeu a mão para a alegria, saiu a dançar e ... sorriu...
Dizem que até hoje quem passa por aquelas bandas vê um semblante na janela mais alta daquele castelo com um leve sorriso nos lábios.
(piedadevieira)
MORAL DA HISTÓRIA:
Há pessoas que buscam pela felicidade nos lugares mais longínquos, enquanto ela se encontra bem embaixo dos seus pés.

sábado, 27 de outubro de 2018

Bruxinha

Bruxinha

Ouvi dizer de alguém que, um dia, sentou-se, olhou uma bruxinha pendurada 
como decoração, e divagou: "Talvez, num distante povoado, há muito tempo atrás, 
uma linda jovem não se encontrava contente com o sistema de crenças e pensamentos
que seu povoado vivia. As pessoas eram embrutecidas pelo trabalho, com seus egos
salientes e o coração empedernido pela ambição e ganância. Estas pessoas caçavam
animais, e isto deixava a jovem muito infeliz.
Um dia, ela se afastou do povoado, foi em direção à floresta, onde entrou, e não voltou 
mais. Aí, iniciou uma vida entre os animais, que amava e respeitava, e que, por isso, 
haviam perdido o medo dela e conviviam em plena harmonia.
Aprendeu com os animais a entender de plantas, e se tornou uma grande conhecedora
de ervas, plantas e raízes. Dominando a medicina, fazia seus chás e poções sempre que
precisava. Com estes hábitos saudáveis, preservou sua juventude, prolongando sua vida.
A estimativa de vida no povoado era de cinqüenta anos. Sua geração já havia passado, e 
ela havia se tornado uma lenda. Quando alguém precisava de um remédio, procurava a 
bruxa na floresta, que embora apresentasse alguns sinais de velhice, ainda conservava sua
força interior.
No entanto, ao mesmo tempo em que a buscavam, a temiam. A ela eram atribuídos poderes 
mágicos de cura, que não eram compreendidos pelas pessoas do povo. Pessoas nasciam e 
morriam, e ela ainda estava lá, fruto de uma vida natural e harmoniosa com os elementos 
da natureza. Isso aumentava o mito, assustando as pessoas do povoado.
Mas ela ia envelhecendo, sua pele ia ficando enrugada, seus cabelos em desalinho 
embranqueciam, dando um tom amarelo esmaecido. Foi aos poucos ficando curvada, mas 
ficava muito leve e sutil. 
Era muito feliz. Em conexão com o universo, era capaz de levitar e se mover no espaço. Ela
não compreendia esse estranho poder, e como não acreditasse que isto poderia vir de si 
mesma, projetou-o em uma velha vassoura. Assim, montada em sua vassoura, conseguia 
voar. Por causa da idade, sua visão não era mais tão boa, e, por isso, preferia as noites de 
lua cheia.
Era muito feliz, e gargalhava. Assim, era vista nas noites de lua cheia voando em sua 
vassoura, com seu chapéu pontudo, projetando-se contra o luar, gargalhando sua 
felicidade."
Mas, quem poderia entender? Sempre tememos àquilo que não entendemos.
Esta é a verdadeira história da bruxa. As feitiçarias para envolverem as pessoas e
induzí-las a fazer algo contra sua vontade, nada têm a ver com a bruxinha feliz. Ser bruxa
é respeitar a terra, as plantas, os animais, os rios. Alimentar-se de forma saudável, 
respeitando a vida que há em si e nos outros, respeitando suas escolhas. 

Isto torna você uma bruxinha feliz, saudável, e nisto residirá sua força e seu poder.

by Jorge Luiz Brandt

domingo, 21 de outubro de 2018

O fazendeiro e o milho


O Fazendeiro e o Milho
Conta à história, que um fazendeiro bem sucedido,
ano após ano, ganhava o troféu "Milho Gigante", na
feira de agricultura do município. Não dava outra;
ele chegava à exposição com seu milho e saia com a
faixa azul no peito.
     E seu produto era cada vez melhor.

     Em uma dessas ocasiões, um repórter ao
entrevistá-lo após mais um prêmio, ficou intrigado com
a informação do fazendeiro, de que compartilhava a
semente de seu milho - de tanta qualidade - com seus
vizinhos.

     - Porque o senhor compartilha a sua melhor
semente com seus vizinhos quando, a cada ano, eles
estão competindo com o seu produto? - quis  saber o
repórter.

     O fazendeiro pensou por alguns instantes, e
respondeu:

     - Você não sabe, mas o vento apanha o pólen do
milho maduro e o leva de campo em campo. Se meus
vizinhos cultivarem milho inferior, a polinização
degradará continuamente a qualidade do meu milho. Por
isso, se eu quiser cultivar milho bom, de qualidade,
eu tenho que ajudar meus vizinhos a cultivarem milho
bom e de qualidade também.

     O fazendeiro estava atento à conexão da vida: o
milho cultivado por ele só poderia melhorar se o
produto do vizinho também tivesse a qualidade
melhorada.

     Esse exemplo vale para todos, e em diversas
dimensões da vida.
Quem escolhe estar em paz, deve fazer com que seus
vizinhos também estejam em paz.
Quem quer viver bem, deve ajudar os outros para que
também vivam bem. E quem quer ser feliz, deve fazer de
tudo para que os outros também encontrem a
felicidade. O bem estar de cada um está ligado ao bem
estar de todos.

     Que todos vocês consigam ajudar seus vizinhos a
cultivarem um milho cada vez melhor!
Autor Desconhecido 

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

O quadro




O Quadro
Um homem havia pintado um lindo quadro...
No dia de apresentá-lo ao publico, convidou todo mundo para vê-lo...
Compareceram as autoridades do local, fotógrafos, jornalistas, enfim, uma multidão.
Afinal, o pintor além de um grande artista, era também muito famoso.
Chegado o momento, tirou-se o pano que velava o quadro.
Houve caloroso aplauso...
Era uma impressionante figura de Jesus batendo suavemente à porta de uma casa...
O cristo parecia vivo.
Com ouvido junto à porta, ele parecia querer ouvir se lá dentro alguém respondia.
Houve discurso e elogios.
Todos admiravam aquela obra de arte.
Porém, um curioso observador, achou uma falha no quadro...
A porta não tinha fechadura.
E intrigado, foi perguntar ao artista...
- Sua porta não tem fechadura!
- Como se fará para abri-la?
- É assim mesmo. Respondeu-lhe o artista.
- Esta é a porta do coração humano...
- Só se abre pelo lado de dentro.
Muitas vezes, o que mais precisamos está bem dentro de nós mesmos.
Pare um pouquinho...
Preste atenção, ouça o que seu espírito tem a dizer...
E o escute, não com os ouvidos, mas sim com o coração.

Autor Desconhecido
Fonte: Novaera.org

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Uma lenda chinesa


Uma Lenda Chinesa
Há muito tempo, uma menina chinesa chamada Lili se casou e foi viver com o marido e a sogra.
Depois de alguns dias, passou a não se entender com a sogra. As personalidades delas eram muito diferentes uma da outra e Lili foi se irritando com os hábitos dela, que freqüentemente a criticava.
Meses se passaram e Lili e sua sogra cada vez mais discutiam e brigavam.
De acordo com antiga tradição chinesa a nora tinha que se curvar à sogra e obedecê-la em tudo. Lili, já não suportando mais conviver com essa situação, decidiu visitar um amigo de seu pai, um velho sábio.
Depois de ouvi-la, ele pegou um pacote de ervas e lhe disse: -Vou lhe dar várias ervas que irão lentamente envenenar sua sogra.
A cada dois dias ponha um pouco destas na comida dela. Agora, para ter certeza de que ninguém suspeitará de você quando ela morrer, você deve ter muito cuidado e agir de forma muito amigável.
Lili ficou muito contente, agradeceu o sábio e voltou apressada para casa para começar o projeto de assassinar a sua sogra.
Semanas se passaram e a cada dois dias Lili servia a comida "especialmente tratada" à sua sogra. Ela sempre lembrava do que o velho sábio tinha recomendado sobre evitar suspeitas e, assim controlou o seu temperamento, obedeceu a sogra e a tratou como se fosse sua própria mãe.
Depois de seis meses, a casa inteira estava com outro astral. Lili tinha controlado o seu temperamento e quase nunca se aborrecia.
Nesses seis meses, não tinha tido nenhuma discussão com a sogra, que agora parecia muito mais amável e mais fácil de se lidar. As atitudes da sogra também mudaram e elas passaram a se tratar como mãe e filha.
Um dia, Lili foi novamente procurar o Sr. Huang para pedir-lhe ajuda e disse:
-Querido Sr. Huang, por favor, me ajude a evitar que o veneno mate minha sogra!
Ela se transformou numa mulher agradável e eu a amo como se fosse minha mãe e não quero que ela morra por causa do veneno que eu lhe dei.
Sr. Huang sorriu e acenando a cabeça, disse:
-Lili, não precisa se preocupar. As ervas que eu lhe dei não eram venenosas e sim vitaminas especialmente preparadas para melhorar a saúde dela.
O veneno estava na sua mente e na sua atitude, mas foi jogado fora e substituido pelo amor que você passou a dar a ela.
Na China existe uma regra dourada que diz:
"A pessoa que ama os outros também será amada"
Na grande parte das vezes, recebemos das outras pessoas o que damos a elas!!

Lembre-se sempre: o plantio é opcional, mas a colheita é obrigatória.

Por isso, tenha cuidado com o que planta!

Pense nisso:
A colheita... é inevitável!
Autor Desconhecido