quinta-feira, 26 de novembro de 2015

A VOZ INTERIOR

ABDRUSHIN: NA LUZ DA VERDADE 

A voz interior


A assim chamada “voz interior”, o espiritual na criatura humana, à qual ela pode dar ouvidos, é a intuição!
Não é em vão que a voz do povo diz: “A primeira impressão é sempre a certa”. Como em todas essas frases e ditados semelhantes reside profunda verdade, assim também aqui. Por impressão compreende-se, em geral, a intuição. O que uma pessoa, por exemplo, intui no primeiro encontro com uma até então desconhecida ou é uma espécie de advertência para que se acautele, podendo ir até a repulsa total, ou algo agradável até a simpatia plena, e em alguns casos também indiferença. Se então essa impressão, no decorrer da conversação e nas relações posteriores, for alterada ou totalmente apagada pelo critério do intelecto, de modo que surja a idéia de que a intuição original tenha sido errada, no fim de tais relações quase sempre resulta na exatidão da primeira intuição. Muitas vezes para amarga dor daqueles que, através do intelecto, deixaram enganar-se pelo caráter simulado de outros.
A intuição, que não é ligada a espaço e tempo, e que está em conexão com o que é de espécie igual, com o espiritual, o eterno, logo reconheceu no outro a verdadeira natureza, não se deixou enganar pela habilidade do intelecto.
Um erro é totalmente impossível na intuição.
Cada vez que acontece de seres humanos serem enganados, existem dois motivos que causam os erros: ou o intelecto ou o sentimento!
Quantas vezes se ouve também dizer: “Nesta ou naquela coisa deixei-me levar por meu sentimento e me prejudiquei. Só se deve confiar no intelecto!” Tais pessoas cometem o equívoco de tomar o sentimento pela voz interior. Pregam louvor ao intelecto sem pressentir que justamente este representa papel importante junto ao sentimento.
Por isso, sede vigilantes! Sentimento não é intuição! Sentimento emana do corpo de matéria grosseira. Este gera impulsos que, dirigidos pelo intelecto, fazem surgir o sentimento. Uma grande diferença com a intuição. O trabalho conjunto do sentimento com o intelecto, porém, faz nascer a fantasia.
Assim, pois, temos do lado espiritual apenas a intuição, que se acha acima de espaço e tempo. *(Dissertação Nº 86: Intuição) Do lado terreno temos, em primeiro lugar, o corpo de matéria grosseira ligado a espaço e tempo. Desse corpo emanam então impulsos que, pela cooperação do intelecto, resultam em sentimentos.
O intelecto, um produto do cérebro ligado a espaço e tempo, pode, por sua vez, como o que há de mais fino e de mais elevado na matéria, gerar, em colaboração com o sentimento, a fantasia. Portanto, a fantasia é o resultado do trabalho conjunto do sentimento com o intelecto. Ela é de matéria fina, mas sem força espiritual. Por isso a fantasia só consegue ter efeito retroativo. Consegue apenas influir sobre o sentimento de seu próprio gerador, jamais enviar por si só uma fonte de força para outros. A fantasia atua, portanto, apenas retroativamente sobre o sentimento daquele que a gerou, só podendo inflamar o próprio entusiasmo, jamais atuar sobre o ambiente. Com isso é claramente reconhecível o cunho do degrau inferior. Diferentemente com a intuição. Esta contém em si energia espiritual criadora e vivificante, e atua com isso irradiando sobre outros, arrebatando-os e convencendo-os.
Temos, portanto, de um lado a intuição, e do outro lado corpo – impulso – intelecto – sentimento – fantasia.
A intuição é puro espiritual, está acima de espaço e tempo. O sentimento é constituído de matéria grosseira fina, dependente dos impulsos e do intelecto, portanto, de nível inferior.
Apesar de o sentimento ser constituído dessa matéria grosseira fina, jamaispoderá ocorrer, porém, uma mistura com a intuição espiritual, portanto, também nenhuma turvação da intuição. A intuição permanecerá sempre clara e pura, porque é espiritual. É também sempre intuída ou “escutada” de modo claro pelos seres humanos, se... é realmente a intuição que fala! Os seres humanos, porém, na maior parte, fecharam-se a essa intuição, ao colocar o sentimento em primeiro plano, qual denso invólucro, uma parede, tomando erroneamente o sentimento como voz interior, razão pela qual vivenciam muitas decepções, confiando então tanto mais apenas no intelecto, não pressentindo que justamente pela cooperação do intelecto é que puderam ser enganados. Por causa desse equívoco condenam precipitadamente tudo quanto é espiritual, com o qual as suas experiências nada tinham que ver, absolutamente, apegando-se cada vez mais às coisas de pouca valia.
O mal básico é, como em muitos outros casos, também aqui, sempre de novo, a sujeição voluntária dessas criaturas humanas ao intelecto atado a espaço e tempo!
O ser humano, que se submete totalmente ao seu intelecto, submete-se também inteiramente às restrições do intelecto, que está atado firmemente a espaço e tempo, como produto do cérebro de matéria grosseira. Dessa forma o ser humano acorrenta-se completamente à matéria grosseira.
Tudo quanto o ser humano faz provém dele mesmo e voluntariamente. Logo, não está sendo acorrentado, mas ele mesmo se acorrenta! Deixa-se dominar pelo intelecto (pois se ele mesmo não quisesse, jamais poderia acontecer), que o prende, segundo a sua própria espécie, também a espaço e tempo e não mais o deixa reconhecer, compreender o que está fora de espaço e tempo. Por isso estende-se nisso sobre a intuição independente de espaço e tempo, devido à capacidade restrita de compreensão, um invólucro firmemente adstrito a espaço e tempo, uma barreira, e o ser humano dessa forma não consegue ouvir mais nada, isto é, a sua “voz interior pura” se perdeu, ou ele apenas está capacitado ainda a “escutar” o sentimento ligado ao intelecto, em lugar da intuição.
Gera um conceito errôneo dizer: o sentimento subjuga a intuição pura; pois nada é mais forte do que a intuição, ela é a força mais elevada do ser humano, jamais pode ser subjugada ou simplesmente prejudicada por outra coisa. Será mais certo dizer: o ser humano torna-se incapaz de reconhecer a intuição.
O falhar depende sempre apenas da própria pessoa e nunca da intensidade mais forte ou mais fraca de determinados dons; pois justamente o dom fundamental, a força propriamente dita, o mais poderoso de tudo no ser humano, que encerra em si toda a vida e é imortal, é dado em quinhões iguais a cada um! Quanto a isso, ninguém apresenta vantagem sobre os demais. Todas as diferenças residem apenas na aplicação!
Também este dom fundamental, a centelha imortal, jamais poderá ser turvado ou conspurcado! Conserva-se puro até mesmo no maior lodo. Apenas deveis romper o invólucro com que vós próprios vos cobristes por meio da restrição voluntária da capacidade de compreensão. Então, sem demora arderá tão límpido e claro conforme era no princípio, desenvolver-se-á de modo vivo e forte, e ligar-se-á à Luz, ao espiritual! Alegrai-vos com esse tesouro que jaz em vós assim intangível! Não importa se sois considerados valiosos ou não pelo vosso próximo! Mediante a boa vontade sincera pode ser eliminada qualquer sujeira que se juntou, qual uma barragem, em torno dessa centelha espiritual. Se tiverdes executado esse trabalho e desenterrado o tesouro, sereis tão valiosos como aquele que jamais o enterrou!
Ai, porém, daquele que por comodismo se abstiver constantemente de querer o bem! Na hora do julgamento ser-lhe-á tomado esse tesouro, e com isso ele deixará de existir.
Acordai, por isso, ó vós que vos mantendes isolados e que, com a limitação da capacidade de compreensão, colocais o manto do intelecto sobre a intuição! Sede atentos e escutai os brados que vos alcançam! Seja uma dor violenta, um forte abalo anímico, um imenso sofrimento ou uma alegria sublime e pura, que seja capaz de romper a camada obscurecedora dos baixos sentimentos, não deixeis que nada disso passe inutilmente por vós. São auxílios que vos mostram o caminho! Contudo, será melhor que não espereis por isso, e sim que inicieis já com vontade sincera para todo o bem e para a escalada espiritual. Assim, logo irá se tornando mais delgada e leve a camada separadora, até acabar se desvanecendo, e a centelha sempre pura e imaculada irromperá em chama ardente. Todavia, esse primeiro passo pode e deve ser dado somente pela própria pessoa, de outra maneira ela não pode ser auxiliada.
E quanto a isso tendes de distinguir rigorosamente entre desejar e querer. Com o desejar, nada ainda está feito, não basta para qualquer progresso. Tem de ser o querer, que também condiciona a ação, já a traz em si. A ação já se inicia com o querer sincero.
Mesmo que aí muitos também tenham de seguir por inúmeros atalhos, por terem se amarrado até então somente ao intelecto, não devem hesitar. Também eles lucram! Sua meta é clarificar o intelecto, ao vivenciar cada um dos atalhos, descartando e livrando-se gradualmente de tudo quanto seja obstáculo.
Por isso, adiante, sem vacilação. Com o querer sincero cada caminho conduz finalmente ao alvo!


Quem não se esforça para compreender direito a Palavra do Senhor, torna-se culpado! 



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sexta-feira, 20 de novembro de 2015

A criação do ser humano!

ABDRUSHIN: NA LUZ DA VERDADE 

A criação do ser humano


“Deus criou o ser humano segundo a Sua imagem e insuflou-lhe o Seu alento!” Trata-se de dois acontecimentos: o criar e o vivificar!
Ambos os acontecimentos, como tudo o mais, estavam severamente sujeitos às leis divinas vigentes. Nada pode ultrapassar o âmbito das mesmas. Nenhum ato da vontade divina se oporá a essas inamovíveis leis que portam em si mesmas a vontade divina. Até mesmo cada revelação e promessa realiza-se com base nessas leis, devendo cumprir-se nelas, e não diferentemente!
Assim também a encarnação do ser humano na Terra, que constituiu um progresso da Criação grandiosa, a passagem da matéria grosseira para um período de desenvolvimento inteiramente novo e mais elevado.
Falar da encarnação do ser humano condiciona o conhecimento do mundo de matéria fina; pois o ser humano em carne e sangue é posto como elo favorecedor entre a parte da Criação de matéria fina e a de matéria grosseira, enquanto suas raízes permanecem no puro espiritual.
“Deus criou o ser humano segundo a Sua imagem!” Esse criar ou conformar era uma extensa corrente do desenvolvimento que se processava rigorosamente dentro das leis entretecidas na Criação pelo próprio Deus. Instituídas pelo Altíssimo, essas leis atuam ferreamente com ritmo contínuo no cumprimento de Sua vontade, naturalmente, como uma parte Dele, ao encontro da perfeição.
Assim também se deu com a criação do ser humano, como coroa de toda a obra, na qual deveriam reunir-se todas as espécies existentes na Criação. Por isso, no mundo de matéria grosseira, na matéria terrenamente visível, foi formado pouco a pouco, pelo desenvolvimento contínuo, o receptáculo no qual pôde ser depositada uma centelha proveniente do puro espiritual, que é imortal. Pelo contínuo e progressivo processo de formar, surgiu com o tempo o animal desenvolvido ao máximo que, raciocinando, já se servia de diversos meios auxiliares para a subsistência e para a defesa. Podemos também hoje observar espécies inferiores de animais que se utilizam de alguns meios auxiliares para obtenção e conservação de suas necessidades de vida e que demonstram, muitas vezes, na defesa, surpreendente astúcia.
Os animais desenvolvidos ao máximo, antes mencionados, que com as modificações operadas na Terra acabaram desaparecendo, designamos hoje como “seres humanos primitivos”. Chamá-los, porém, de antepassados do ser humanoé um grande erro! Com o mesmo direito poderia se designar as vacas como “mães parciais” da humanidade, visto que um grande número de crianças, nos primeiros meses de vida, necessita diretamente do leite de vaca para o desenvolvimento de seus corpos, permanecendo, portanto, com o auxílio delas em condições de viver e crescer. Muito mais, esse nobre e pensante animal “ser humano primitivo” também não tem a ver com o verdadeiro ser humano; pois o corpo de matéria grosseira do ser humano nada mais é do que o meio auxiliar indispensável de que ele necessita para poder agir em todos os sentidos, na matéria grosseira terrenal, e fazer-se compreender.
Com a afirmação de que o ser humano descende do macaco, literalmente “joga-se fora a criança com a água do banho”! Com isso ultrapassa-se muito o objetivo. Um processo parcial é elevado como fato único e total. Aí falta o essencial!
Seria acertado, se o corpo do ser humano fosse realmente “o ser humano”. Mas o corpo de matéria grosseira é apenas sua vestimenta, que ele despe tão logo retorne à matéria fina.
Como se deu então a primeira encarnação do ser humano?
Depois de atingido o ponto culminante no mundo de matéria grosseira com o animal mais perfeito, tinha de processar-se uma alteração em prol do desenvolvimento contínuo, se nenhuma estagnação devesse ocorrer, a qual, com seus perigos, poderia tornar-se um retrocesso. E essa alteração fora prevista e sobreveio: Saído como centelha espiritual, peregrinando através do mundo de matéria fina, renovando e soerguendo tudo, encontrava-se em seu limite, no momento em que o receptáculo de matéria grosseira terrenal atingira o ponto culminante de seu desenvolvimento, o ser humano de matéria fina e espiritual, igualmente aparelhado a se ligar com a matéria grosseira para beneficiá-la e soerguê-la.
Assim, enquanto o receptáculo, amadurecido na matéria grosseira, havia sido criado, a alma tinha se desenvolvido de tal forma na matéria fina, que possuía a força necessária para conservar sua autonomia, ao ingressar no receptáculo grosso-material.
A ligação dessas duas partes significou, então, uma união mais íntima do mundo de matéria grosseira com o mundo de matéria fina, até em cima no espiritual.
Somente este processo constituiu o nascimento do ser humano!
A própria geração é ainda hoje no ser humano um ato puramente animal. Sentimentos mais elevados ou mais baixos aí nada têm a ver com o ato em si, mas acarretam circunstâncias espirituais, cujos efeitos, na atração da espécie absolutamente igual, tornam-se de grande importância.
De espécie puramente animal é também o desenvolvimento do corpo até a metade da gestação. Puramente animal não é propriamente a expressão certa, no entanto, quero designá-lo de puramente grosso-material.
Somente no meio da gestação, em um determinado grau de maturidade do corpo em formação, é encarnado o espírito previsto para o nascimento e que até ali se mantivera freqüentemente nas proximidades da futura mãe. A entrada do espírito provoca as primeiras contrações do pequeno corpo de matéria grosseira que se desenvolve, isto é, os primeiros movimentos da criança. Nesse ponto surge também a sensação particularmente bem-aventurada da gestante que, desse instante em diante, experimenta intuições inteiramente diferentes: a consciência da proximidade do segundo espírito nela, a percepção do mesmo. E conforme a espécie desse novo, desse segundo espírito nela, serão também as suas próprias intuições.
Assim é o processo em cada encarnação do ser humano. Agora, porém, voltemos à primeira encarnação do ser humano.
Chegara, pois, o grande período no desenvolvimento da Criação: de um lado, no mundo de matéria grosseira, estava o animal desenvolvido ao máximo, que devia fornecer o corpo de matéria grosseira como receptáculo para o futuro ser humano, de outro lado, no mundo de matéria fina, estava a alma humana desenvolvida, que aguardava a ligação com o receptáculo de matéria grosseira, a fim de assim dar a tudo quanto é matéria grosseira um impulso mais amplo para a espiritualização.
Quando se realizou um ato gerador entre o mais nobre par desses animais altamente desenvolvidos, não surgiu no momento da encarnação, como até então, uma alma animal, *(Dissertação Nº 49: A diferença na origem entre o ser humano e o animal)encarnando-se, contudo, em seu lugar, a alma humana já preparada para isso e que trazia em si a imortal centelha espiritual. As almas humanas de matéria fina com aptidões desenvolvidas de modo predominantemente positivo encarnaram-se de acordo com a igual espécie em corpos animais masculinos, aquelas com aptidões predominantemente negativas, mais delicadas, em corpos femininos mais próximos à sua espécie. *(Dissertação Nº 78: Sexo)
Esse processo não oferece o menor ponto de apoio para a afirmação que o ser humano, cuja verdadeira origem está no espiritual, descende do animal “ser humano primitivo”, que apenas pôde fornecer o receptáculo grosso-material de transição. Também hoje aos mais obstinados materialistas não viria à mente considerar-se diretamente aparentado com um animal e, entretanto, hoje como outrora, há um estreito parentesco corporal, portanto, existe uma igual espécie grosso-material, ao passo que o ser humano realmente “vivo”, isto é, o “eu” propriamente espiritual do ser humano, não possui nenhuma igual espécie ou derivação do animal.
Após o nascimento do primeiro ser humano terreno, encontrava-se este então sozinho na realidade, sem pais, visto que, apesar do elevado desenvolvimento dos mesmos, não podia reconhecer os animais como seus pais e nem ser capaz de ter com eles uma vida em comum.
Por suas qualidades espirituais mais valiosas, a mulher devia e podia ser na realidade mais perfeita do que o homem, se tivesse apenas se esforçado em clarificar mais e mais harmoniosamente as intuições que lhe foram concedidas, com o que lhe teria advindo um poder, que teria de atuar de forma revolucionária e altamente beneficiadora em toda a Criação de matéria grosseira. Infelizmente, porém, foi logo ela quem falhou em primeira linha, já que se tornou joguete das poderosas forças intuitivas a ela conferidas, as quais, além do mais, turvou e conspurcou através de sentimento e fantasia.
Que sentido profundo se encontra na narrativa bíblica sobre o provar da árvore do conhecimento! E de como a mulher, estimulada pela serpente, ofereceu a maçã ao homem. Figuradamente nem podia ser expresso melhor o acontecimento na materialidade.
O oferecimento da maçã pela mulher representa a consciência adquirida por ela de seus atrativos perante o homem e a utilização intencional dos mesmos. O fato de aceitar e comer, por parte do homem, no entanto, foi a sua concordância a esse respeito, juntamente com o despertar do impulso de atrair a atenção da mulher somente sobre si mesmo, com o que ele começou a se fazer desejado pela acumulação de tesouros e pela apropriação de diversos valores.
Com isso começou o cultivo excessivo do intelecto com seus fenômenos colaterais de cobiça, mentira, opressão, ao qual os seres humanos acabaram se sujeitando inteiramente, tornando-se assim voluntariamente escravos de sua ferramenta. No entanto, com o intelecto como soberano, eles se acorrentaram, em conseqüência inevitável, conforme sua constituição específica, também firmemente a espaço e tempo, e perderam com isso a capacidade de compreender ou vivenciar algo, que está acima de espaço e tempo, como tudo quanto é espiritual e de matéria fina. Isto constituiu a separação total do Paraíso propriamente dito e do mundo de matéria fina, provocada por eles mesmos; pois então era inevitável que não mais pudessem “compreender” tudo quanto fosse de matéria fino-espiritual, que não conhece nem espaço nem tempo, com sua capacidade de compreensão de horizonte estreitamente limitado, devido à ligação firme do intelecto a espaço e tempo. Assim, para os seres humanos de intelecto, as vivências e as visões das criaturas humanas de intuição, bem como as incompreendidas tradições tornaram-se “lendas”. Os materialistas, cujo número cresce cada vez mais, isto é, as pessoas capacitadas a reconhecer somente a matéria grosseira, ligada a espaço e tempo, acabaram rindo zombeteiramente dos idealistas, aos quais, devido à sua vida interior muito maior e mais ampla, ainda não se achava totalmente fechado o caminho para o mundo de matéria fina, e rotularam-nos de sonhadores, quando não de tolos ou até de impostores.
Hoje, contudo, estamos finalmente perto da hora em que surgirá o próximo grande período na Criação, que será de progresso incondicional e trará o que já o primeiro período com a encarnação do ser humano devia trazer: o nascimento do ser humano pleno e espiritualizado!
Do ser humano que atua favorecendo e enobrecendo em toda a Criação de matéria grosseira, como é a verdadeira finalidade dos seres humanos na Terra. Então não haverá mais lugar para o materialista acorrentado a espaço e tempo, que retém tudo embaixo. Será um estranho em todos os países, um apátrida. Secará e desaparecerá como o joio que se separa do trigo. Atentai para que não vos encontreis demasiado leves nessa separação!


Quem não se esforça para compreender direito a Palavra do Senhor, torna-se culpado! 

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

DESTINO

Destino

Livro :Na Luz da Verdade
As pessoas falam sobre destino merecido e imerecido, recompensa e castigo, desforra e carma. *(Destino)
Tudo isso são apenas designações parciais duma lei que reside na Criação: a lei da reciprocidade!
Uma lei que reside na Criação inteira desde os seus primórdios, lei essa que foi entrelaçada inseparavelmente no vasto processo do evoluir eterno, como parte indispensável do próprio criar e do desenvolvimento. Como um gigantesco sistema de finíssimos fios de nervos, essa lei mantém e anima o gigantesco Universo, impulsionando permanente movimento, um eterno dar e receber!
De modo simples e singelo e, no entanto tão acertado já disse o grande portador da Verdade Cristo Jesus: “O que o ser humano semeia, isso ele colherá!”
Estas poucas palavras reproduzem, de modo tão brilhante, a imagem da atuação e da vida em toda a Criação, como dificilmente poderia ser dito de outra maneira. O sentido de tais palavras está entretecido ferreamente na existência. De modo inabalável, intocável e incorruptível em seu efeito contínuo.
Podereis vê-lo, se quiserdes ver! Começai com isso na observação do ambiente que vos é agora visível. Aquilo a que chamais de leis da natureza são, pois, as leis divinas, são a vontade do Criador. Reconhecereis rapidamente quão constantes são tais leis em suas incessantes atuações; pois se semeardes trigo, não colhereis centeio, e se semeardes centeio, não poderá surgir arroz! Isso é tão evidente a todo ser humano, que ele já nem medita sobre o fenômeno em si. Razão por que nem se torna consciente da severa e grande lei que aí reside. E, todavia, aí se encontra diante da solução de um enigma, que não precisava ser um enigma para ele.
Essa mesma lei, pois, que aqui podeis observar, atua com a mesma certeza e a mesma potencialidade também nas coisas mais delicadas que só estais aptos a averiguar mediante o emprego de lentes de aumento e, ainda continuando, na parte de matéria fina de toda a Criação, que é a sua parte mais extensa. Em cada fenômeno ela jaz inalteravelmente, até mesmo no desenvolvimento, o mais sutil, de vossos pensamentos, os quais, aliás, são constituídos também de certa materialidade, porque senão não poderiam produzir nenhum efeito.
Como pudestes supor que justamente lá devesse ser diferente, onde vós queríeis que fosse? Vossas dúvidas outra coisa não são, na realidade, senão desejos íntimos não expressos!
Em todo o existir que se vos apresenta de forma visível ou invisível não é diferente, tudo se baseia em que cada espécie dá origem à sua mesma espécie, seja qual for a matéria. A mesma regra perdura para o crescimento, o desenvolvimento e a frutificação, bem como para a reprodução da mesma espécie. Esse acontecimento perpassa tudo uniformemente, não faz qualquer diferença, não deixa nenhuma lacuna, não se detém diante de uma outra parte da Criação, mas conduz os efeitos como um fio inquebrantável, sem parar ou romper. Mesmo que a maior parte da humanidade, por estreiteza e arrogância, tenha se isolado do Universo, as leis divinas ou da natureza não deixaram, por isso, de considerá-la como parte integrante, continuando a trabalhar serenamente de forma inalterada e uniforme.
A lei da reciprocidade condiciona, outrossim, que tudo quanto a criatura humana semeia, isto é, ali onde ela der ensejo a uma ação ou a um efeito, também terá de colher!
O ser humano dispõe sempre apenas da livre decisão, da livre resolução no início de cada coisa, com referência à direção que deve ser dada, como deve ser guiada essa força universal que o perflui. Terá então de arcar com as conseqüências decorrentes da força ativada na direção por ele desejada. Apesar disso muita gente se apega à afirmação de que o ser humano não tem nenhum livre-arbítrio se está sujeito a um destino!
Essa tolice só deve ter como finalidade um auto-atordoamento ou uma submissão rancorosa por algo inevitável, uma resignação desgostosa, principalmente, porém, uma autodesculpa; porque cada um desses efeitos, que recai sobre ele, teve um início e nesse início estava a causa, em uma livre decisão anterior do ser humano, para o posterior efeito. Essa livre decisão precedeu cada ação de retorno, portanto, cada destino! Com um primeiro querer o ser humano produziu e criou algo, no qual ele mesmo, mais tarde, em prazo curto ou longo, terá de viver. É, no entanto, muito variável quando isso ocorrerá. Pode ser ainda na mesma existência terrena em que teve início esse primeiro querer, assim como também pode ser depois de despir o corpo de matéria grosseira, já, portanto, no mundo de matéria fina, ou então ainda mais tarde, novamente numa existência terrena na matéria grosseira. As mudanças não alteram nada, não livram a pessoa disso. Permanentemente carrega ela consigo os fios de ligação, até que deles um dia venha a ser libertada, isto é, “desligada” deles, mediante o derradeiro efeito decorrente da lei da reciprocidade.
O gerador está ligado à sua própria obra, mesmo que a tenha destinado a outrem!
Portanto, se hoje uma pessoa toma a deliberação de prejudicar uma outra pessoa, seja por pensamentos, palavras ou atos, com isso “inseriu no mundo” algo, não importando se é visível ou não, se, portanto, de matéria grosseira ou fina, tem força e com isso vida em si, que continua atuando e se desenvolvendo na direção desejada.
Como o efeito se realiza na pessoa a quem foi destinado, depende inteiramente da respectiva constituição anímica da pessoa em questão, podendo o dano causado a ela ser grande ou pequeno, ou mesmo talvez diverso do que foi desejado, ou até mesmo não acarretar-lhe dano nenhum; pois unicamente o estado anímico da respectiva pessoa, por sua vez, é determinante para ela mesma. Logo, em tais coisas, ninguém se encontra sem proteção.
De modo diferente ocorre com aquele que, pela sua decisão e pela sua vontade, deu origem a esse movimento, isto é, aquele que foi o gerador. O produto gerado permanece incondicionalmente ligado a ele, e retorna a ele, depois de uma curta ou longa peregrinação no Universo, reforçado, carregado como uma abelha, devido à atração da igual espécie. Desencadeia-se com isso a lei da reciprocidade, quando cada produto gerado atrai no seu movimento através do Universo várias espécies iguais ou por estas é atraído, e devido à fusão dessas espécies surge uma fonte de energia, a qual, como a partir de uma central, retransmite força aumentada da mesma espécie a todos aqueles que, devido a seus produtos gerados, são ligados como que por cordões ao ponto de concentração.
Através desse fortalecimento advém, então, uma compressão cada vez mais forte, até que finalmente disso se origina um sedimento de matéria grosseira, no qual o gerador de outrora terá agora de exaurir-se, na espécie por ele desejada aquela vez, para que finalmente seja libertado daquilo. Essa é a formação e o desenvolvimento do destino tão temido e desconhecido! É justo até a mais ínfima e mais sutil gradação, porque pela atração somente de espécies iguais nunca poderá a irradiação, em seu retorno, trazer algo diferente daquilo que foi realmente desejado originalmente. É indiferente se para uma determinada pessoa ou de um modo geral; pois o mesmo processo ocorre também naturalmente quando a pessoa dirige seu querer não necessariamente em direção a uma ou várias pessoas, mas quando vive em qualquer espécie de querer.
A espécie do querer pelo qual ela se decide é determinante para os frutos que por fim terá de colher. Dessa maneira inúmeros fios de matéria fina estão presos ao ser humano ou ele se acha pendurado neles, os quais fazem refluir a ele tudo quanto uma vez desejou seriamente. Esses fluxos acabam constituindo uma mistura que contínua e fortemente influi na formação do caráter.
Assim, inúmeras são as coisas que no colossal maquinismo do Universo concorrem para ter influência na “vida” do ser humano, porém, nada existe a que o próprio ser humano não tenha inicialmente dado origem.
Ele fornece os fios com os quais, no infatigável tear da existência, é tecido o manto que terá de usar.
De modo claro e nítido Cristo exprimiu a mesma coisa, ao dizer: “O que o ser humano semeia, isso ele colherá.” Não disse “pode”, mas sim “colherá”. É o mesmo que dizer que ele tem de colher o que semeia.
Quantas vezes se ouvem pessoas, em geral bem sensatas, dizer: “Que Deus permita semelhante coisa é incompreensível para mim!”
Incompreensível, porém, é que haja pessoas que possam dizer tal coisa. De que forma mesquinha imaginam Deus, segundo essa afirmação. Com isso dão prova de que O concebem como um “Deus que age arbitrariamente”.
No entanto, Deus absolutamente não intervém de forma direta em todas essas pequenas e grandes preocupações humanas, guerras, misérias e o que ainda mais existe de terrenal! Já desde o início Ele entrelaçou na Criação as Suas leis perfeitas que executam naturalmente suas funções incorruptíveis, de modo a tudo se cumprir com a máxima exatidão, desencadeando-se de modo eternamente uniforme, com o que fica excluída a possibilidade tanto de preferências como de prejuízos, sendo impossível qualquer injustiça. Deus não precisa, portanto, preocupar-se de modo especial a esse respeito, Sua obra não apresenta lacunas.
Um defeito principal de tantas pessoas é, porém, que julgam somente segundo pontos de vista de matéria grosseira e consideram-se nisto como ponto central, bem como contam com uma existência terrena, quando na realidade já têm atrás de si várias vidas terrenas. Tais vidas, bem como também os intervalos no mundo de matéria fina, constituem um existir uno, através do qual os fios são firmemente distendidos, sem se romperem, de maneira que nos efeitos de cada existência terrena apenas uma pequena parte desses fios se torna visível. Constitui, por conseguinte, um grande erro acreditar que com o nascimento principia uma vida inteiramente nova, que, portanto, uma criança é “inocente” *(Ver dissertação Nº 15: O mistério do nascimento) e que todos os acontecimentos deverão ficar adstritos apenas ao curto lapso de uma existência terrena. Se isso fosse realidade, então, havendo justiça, as causas, os efeitos e os efeitos retroativos deveriam naturalmente se efetivar integralmente no lapso de uma existência terrena.
Afastai-vos desse erro. Então descobrireis rapidamente em todos os acontecimentos a lógica e a justiça, das quais agora tantas vezes sentistes falta!
Muitos se assustam com isso e temem aquilo que segundo essas leis ainda têm de esperar de outrora, nos efeitos retroativos.
No entanto, são preocupações desnecessárias para aqueles que levam a sério a boa vontade; pois nessas leis naturais reside também, ao mesmo tempo, a segura garantia para a graça e para o perdão!
Sem levar em conta que com a firme aplicação da boa vontade fica imediatamente colocado um limite para o ponto em que a corrente dos efeitos retroativos ruins tem de atingir um fim, onde entra em vigor ainda um outro fenômeno de inestimável valor. Através da permanente boa vontade em todo o pensar e atuar, flui igualmente de modo retroativo, proveniente da fonte de força de igual espécie, um reforço contínuo, de modo que o bem se torna mais e mais firme na própria pessoa, transborda dela, formando, em primeiro lugar, correspondentemente, o ambiente de matéria fina, que a circunda como um invólucro protetor, semelhante à camada de atmosfera que rodeia a Terra, dando-lhe proteção.
Quando então maus efeitos retroativos de antigamente retornam à tal pessoa para resgate, escorregam então na pureza de seu ambiente ou invólucro e são assim desviados dela.
Se eles, porém, apesar disso, penetrarem nesse invólucro, então as más irradiações ou serão imediatamente desfeitas ou pelo menos ficarão bastante enfraquecidas, de modo que o efeito nocivo nem sequer poderá realizar-se ou apenas em escala bem reduzida.
Além disso, pela transformação ocorrida, também a criatura humana interior, propriamente dita, visada pelas irradiações de retorno, tornou-se muito mais delicada e leve, devido aos constantes esforços em direção à boa vontade, de modo que ela não se encontra mais de maneira análoga à densidade maior de más e baixas correntezas. Semelhante ao telégrafo sem fio, quando o receptor não se acha sintonizado na freqüência do aparelho transmissor.
A conseqüência natural disso é que as correntes mais densas, por serem de espécie diferente, não podem agarrar-se e atravessam inócuas, sem efeito.
Portanto, sem demora ao trabalho! O Criador vos colocou nas mãos tudo na Criação. Aproveitai o tempo! Cada momento encerra para vós a ruína ou o proveito!


Quem não se esforça para compreender direito a Palavra do Senhor, torna-se culpado! 

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Código de ética dos índios Norte Americanos

Código de ética dos Índios Norte Americanos

     Código de ética dos Índios Norte Americanos universe natural        1. Levante com o Sol para orar. Ore sozinho. Ore com frequência. O Grande Espírito o escutará, se você ao menos, falar.
     2. Seja tolerante com aqueles que estão perdidos no caminho. A ignorância, o convencimento, a raiva, o ciúme e a avareza, originam-se de uma alma perdida. Ore para que eles encontrem o caminho do Grande Espírito.
     3. Procure conhecer-se, por si mesmo. Não permita que outros façam seu caminho por você. É sua estrada, e somente sua. Outros podem andar ao seu lado, mas ninguém pode andar por você.
     4. Trate os convidados em seu lar com muita consideração. Sirva-os o melhor alimento, a melhor cama e trate-os com respeito e honra.
     5. Não tome o que não é seu. Seja de uma pessoa, da comunidade, da natureza, ou da cultura. Se não lhe foi dado, não é seu.
     6. Respeite todas as coisas que foram colocadas sobre a Terra. Sejam elas pessoas, plantas ou animais.
     7. Respeite os pensamentos, desejos e palavras das pessoas. Nunca interrompa os outros nem ridicularize, nem rudemente os imite. Permita a cada pessoa o direito da expressão pessoal.
     8. Nunca fale dos outros de uma maneira má. A energia negativa que você colocar para fora no universo voltará multiplicada a você.
      9. Todas as pessoas cometem erros. E todos os erros podem ser perdoados.
     10. Pensamentos maus causam doenças da mente, do corpo e do espírito. Pratique o otimismo.
     11. A natureza não é para nós, ela é uma parte de nós. Toda a natureza faz parte da nossa família Terrena.
     12. As crianças são as sementes do nosso futuro. Plante amor nos seus corações e águe com sabedoria e lições da vida. Quando forem crescidos, dê-lhes espaço para que cresçam.
     13. Evite machucar os corações das pessoas. O veneno da dor causada a outros, retornará a você.
     14. Seja sincero e verdadeiro em todas as situações. A honestidade é o grande teste para a nossa herança do universo.
     15. Mantenha-se equilibrado. Seu corpo Espiritual, seu corpo Mental, seu corpo Emocional, e seu corpo Físico; todos necessitam ser fortes, puros e saudáveis. Trabalhe o seu corpo Físico para fortalecer o seu corpo Mental. Enriqueça o seu corpo Espiritual para curar o seu corpo Emocional.
     16. Tome decisões conscientes de como você será e como reagirá. Seja responsável por suas próprias ações.
     17. Respeite a privacidade e o espaço pessoal dos outros. Não toque as propriedades pessoais de outras pessoas, especialmente objetos religiosos e sagrados. Isto é proibido.
     18. Comece sendo verdadeiro consigo mesmo. Se você não puder nutrir e ajudar a si mesmo, você não poderá nutrir e ajudar os outros.
     19. Respeite outras crenças religiosas. Não force suas crenças sobre os outros.
     20. Compartilhe sua boa fortuna com os outros. Participe com caridade.

terça-feira, 17 de novembro de 2015

A HORA CERTA



A HORA CERTA


As pessoas ficam perguntando quando é a hora certa para fazer as coisas. Invariavelmente, respondemos que o momento certo para atuarmos é o presente. Se nada nos impede de fazer algo, então não devemos perder tempo e realizar a tarefa.
Isso, porque não temos previsão do futuro, portanto, não sabemos o que ele nos reserva. Se deixarmos alguma tarefa ou projeto para mais tarde, pode acontecer algo que nos impeça e jamais venhamos a realizá-lo, ou se o fizermos terá sido com enormes dificuldades e problemas.
Por isso, alguém já disse: o presente é uma dávida, daí o próprio nome, é o momento do agora, pois o passado não pode ser ressuscitado e, o futuro, é o presente que ainda não chegou. Já aconteceram coisas na vida das pessoas, nas quais elas no presente deixaram de fazer algo e no futuro (quando isso virou passado), arrependeram-se de não terem atuado.
O ato de fazer as coisas no presente, lembra-nos aquela máxima popular que afirma: “não deixe para amanhã o que podes fazer hoje.” Isso não deixa de ser verdade, pois não raras vezes encontramo-nos em maus lençóis por não termos seguido o conselho.
Um exemplo ao que nos recordamos, foi o de adiar um compromisso social que no momento achávamos não ser importante. Mais tarde, mudamos de idéia e tomamos a decisão de aceitar o compromisso. Porém, foi-nos dito que por motivos adversos ocorridos, a situação era outra e a realização do ato não mais seria possível.
Isso levou-nos à frustração por não termos aproveitado a ocasião que nos foi oferecida. Foi uma decepção que não gerou prejuízo financeiro, mas, ficamos a imaginar: quantas pessoas não passaram pela mesma experiência e, além da decepção, perderam bens, não conseguiram aquela amizade desejada, deixaram de fazer bons negócios ou perderam um possível grande amor?
Nosso conto da semana traduz algo semelhante: “O rei, buscando a certeza de tudo de tal modo que nunca falhasse, fez três perguntas aos homens estudados: 1. Qual a hora certa de começar tudo? 2. Quais as pessoas certas a escutar e a quem evitar? 3. Qual a coisa mais importante a fazer? Os homens estudados divergiam nas respostas.
O rei, então, foi até um eremita, conhecido em toda parte pela sua sabedoria. O eremita estava cavando quando chegou o rei. Então, o rei fez-lhe as três perguntas. O eremita cumprimentou-o, mas não lhe respondeu e continuou a cavar. Notando que o velho já estava cansado, o rei se prontificou a ajudá-lo. E o fez por um longo tempo.
Mais tarde, um homem que estava na floresta à espreita do rei para matá-lo, mas desistiu por causa de sua demora, foi ferido pela guarda do rei. O rei perdoou-lhe e prometeu dar-lhe assistência, tendo em troca sua eterna lealdade. Após isso, o rei fez novamente as três perguntas ao eremita, que lhe respondeu dizendo que “a hora mais importante foi quando estava cavando os canteiros (senão seria morto).
E eu fui o homem mais importante; e fazer o bem pra mim foi o seu assunto mais importante. Depois, quando o homem correu na nossa direção, a hora mais importante foi quando você estava atendendo-o, pois se você não tivesse cuidado dos ferimentos dele, ele teria morrido sem fazer as pazes com você.
Então, ele foi o homem mais importante, e o assunto mais importante foi aquilo que você fez por ele. Então, lembre-se: existe apenas uma hora que é importante – agora! É a hora mais importante porque é a única hora em que possuímos algum poder.” Moral da história: podemos consertar algum erro, no futuro, mas jamais recuperaremos o tempo perdido no passado.


Richard Zajaczkowski, bacharel em Direito,
Oficial de Justiça Avaliador, acadêmico de Jornalismo
e membro do Centro de Letras de Francisco Beltrão