terça-feira, 17 de novembro de 2015

A HORA CERTA



A HORA CERTA


As pessoas ficam perguntando quando é a hora certa para fazer as coisas. Invariavelmente, respondemos que o momento certo para atuarmos é o presente. Se nada nos impede de fazer algo, então não devemos perder tempo e realizar a tarefa.
Isso, porque não temos previsão do futuro, portanto, não sabemos o que ele nos reserva. Se deixarmos alguma tarefa ou projeto para mais tarde, pode acontecer algo que nos impeça e jamais venhamos a realizá-lo, ou se o fizermos terá sido com enormes dificuldades e problemas.
Por isso, alguém já disse: o presente é uma dávida, daí o próprio nome, é o momento do agora, pois o passado não pode ser ressuscitado e, o futuro, é o presente que ainda não chegou. Já aconteceram coisas na vida das pessoas, nas quais elas no presente deixaram de fazer algo e no futuro (quando isso virou passado), arrependeram-se de não terem atuado.
O ato de fazer as coisas no presente, lembra-nos aquela máxima popular que afirma: “não deixe para amanhã o que podes fazer hoje.” Isso não deixa de ser verdade, pois não raras vezes encontramo-nos em maus lençóis por não termos seguido o conselho.
Um exemplo ao que nos recordamos, foi o de adiar um compromisso social que no momento achávamos não ser importante. Mais tarde, mudamos de idéia e tomamos a decisão de aceitar o compromisso. Porém, foi-nos dito que por motivos adversos ocorridos, a situação era outra e a realização do ato não mais seria possível.
Isso levou-nos à frustração por não termos aproveitado a ocasião que nos foi oferecida. Foi uma decepção que não gerou prejuízo financeiro, mas, ficamos a imaginar: quantas pessoas não passaram pela mesma experiência e, além da decepção, perderam bens, não conseguiram aquela amizade desejada, deixaram de fazer bons negócios ou perderam um possível grande amor?
Nosso conto da semana traduz algo semelhante: “O rei, buscando a certeza de tudo de tal modo que nunca falhasse, fez três perguntas aos homens estudados: 1. Qual a hora certa de começar tudo? 2. Quais as pessoas certas a escutar e a quem evitar? 3. Qual a coisa mais importante a fazer? Os homens estudados divergiam nas respostas.
O rei, então, foi até um eremita, conhecido em toda parte pela sua sabedoria. O eremita estava cavando quando chegou o rei. Então, o rei fez-lhe as três perguntas. O eremita cumprimentou-o, mas não lhe respondeu e continuou a cavar. Notando que o velho já estava cansado, o rei se prontificou a ajudá-lo. E o fez por um longo tempo.
Mais tarde, um homem que estava na floresta à espreita do rei para matá-lo, mas desistiu por causa de sua demora, foi ferido pela guarda do rei. O rei perdoou-lhe e prometeu dar-lhe assistência, tendo em troca sua eterna lealdade. Após isso, o rei fez novamente as três perguntas ao eremita, que lhe respondeu dizendo que “a hora mais importante foi quando estava cavando os canteiros (senão seria morto).
E eu fui o homem mais importante; e fazer o bem pra mim foi o seu assunto mais importante. Depois, quando o homem correu na nossa direção, a hora mais importante foi quando você estava atendendo-o, pois se você não tivesse cuidado dos ferimentos dele, ele teria morrido sem fazer as pazes com você.
Então, ele foi o homem mais importante, e o assunto mais importante foi aquilo que você fez por ele. Então, lembre-se: existe apenas uma hora que é importante – agora! É a hora mais importante porque é a única hora em que possuímos algum poder.” Moral da história: podemos consertar algum erro, no futuro, mas jamais recuperaremos o tempo perdido no passado.


Richard Zajaczkowski, bacharel em Direito,
Oficial de Justiça Avaliador, acadêmico de Jornalismo
e membro do Centro de Letras de Francisco Beltrão
  



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