quinta-feira, 11 de maio de 2017

A COISA MAIS PRECIOSA





                                                               A COISA MAIS VALIOSA 

“Aprendei a fazer o bem; buscai a justiça, acabai com a opressão, justiça ao órfão, defendei a causa da viúva” ·(Isaías 1.17). 

Certa vez, um rei muito amado por causa das suas virtudes espirituais e morais, sentindo envelhecer, achou por bem decidir qual dos três filhos herdaria o trono. 

Tarefa difícil, porque os três eram dignos de ocuparem o lugar do pai. A

 própria corte encontrava dificuldade em decidir sobre isto porque temia cometer uma injustiça na escolha. Os dias iam passando, até que certa manhã o rei chamou os filhos a sua presença e lhes disse com toda seriedade:

 - Estou cada vez mais velho e sem forças para continuar reinando e desejo hoje determinar qual de vocês me sucederá. Para isso, vou submetê-los a uma prova, cujo resultado há de ser julgado com eqüidade pela corte. Portanto, cada um saia agora levando consigo provisão para o dia, devendo retornar ainda hoje após descobrir a coisa que considere mais valiosa no reino. 

Aquele cuja descoberta for considerada maior e mais digna, receberá a coroa e reinará sobre os meus domínios. Assim saíram os príncipes, a procura da coisa mais valiosa.

 O mais velho resolveu procurá-la na capital do reino, deduzindo que uma coisa valiosa e importante só poderia estar lá. O segundo deles, entretanto, dirigiu-se para os castelos vizinhos, pensando em seus amigos para ajudá-lo a fazer a descoberta. 

Enquanto isto o caçula deles, despreocupadamente, atravessou a cidade e se encaminhou para o campo, onde morava um garoto amigo, que há pouco tempo perdera o pai e agora enfrentava sozinho a dura peleja de lavrar a terra. Ninguém ali podia imaginar o que se passava na mente e no coração do jovem príncipe. Foi um dia longo e trabalhoso para os três irmãos, que ao anoitecer regressaram ao palácio, trazendo o resultado de todo um dia de buscas. 

Diante do pai e da corte ali reunida, o mais velho apresentou um cofre de ouro cravejado de pedras preciosas, pertencente ao mais antigo agiota do reino. 

O segundo, em seguida, entregou um pedaço de renda finíssima; era a obra de uma princesa das imediações. Tudo ia sendo muito bem avaliado pelos ministros da corte, mas restava ouvir o príncipe caçula. 

- O que foi que você encontrou, filho? - indagou o rei ao mais jovem. 

- Nada. Absolutamente nada, respondeu o caçula. -

 Realmente eu nem tive tempo para me ocupar nessa procura. 


Parei no campo do garoto órfão, que sozinho preparava a terra para a semeadura, e o ajudei no desempenho dessa tão árdua tarefa, porque sua mãe estava doente e a terra precisava estar revolvida para receber os grãos de cereais. 

Duas lágrimas se desprenderam dos seus olhos e manchas escuras marcavam as suas mãos macias e que nunca antes experimentaram esse trabalho.

 - Meu filho, você trouxe a coisa mais valiosa: as marcas de um trabalho digno e desinteressado. 

A minha coroa e o meu reino são seus. Receba-os!

Nenhum comentário:

Postar um comentário