quinta-feira, 13 de abril de 2017

Esta é a minha carne! Este é o meu sangue!

                                                                   Esta é a minha carne! Este é o meu sangue!

“Quem aceita a minha Palavra, aceita a mim”, disse o Filho de Deus a seus discípulos, “em verdade come da minha carne e bebe do meu sangue!”
Esse é o sentido das palavras que o Filho de Deus pronunciou quando instituiu a Ceia, e as quais ele simbolizou com a Ceia em memória de sua peregrinação pela Terra. Como podia ocorrer que a tal respeito eclodissem violentas disputas entre os eruditos e as igrejas. O sentido é tão simples e tão claro, se a criatura humana colocar como base que o Filho de Deus, Jesus Cristo, era a Palavra de Deus encarnada.
Como poderia ele falar a esse respeito mais nitidamente do que com as simples palavras: “Quem aceita a minha Palavra, come do meu corpo e bebe do meu sangue!” Também quando disse: “A Palavra é verdadeiramente meu corpo e meu sangue!” Tinha, pois, de falar assim, porque ele próprio era a Palavra Viva em carne e sangue. Em todas as transmissões somente foi omitido sempre de novo o principal: a indicação à Palavra que peregrinou pela Terra! Por esta não ter sido entendida, julgavam-na de pouca importância. Com isso, porém, toda a missão de Cristo foi mal compreendida e mutilada, desfigurada.
Também aos discípulos do Filho de Deus não foi dada naquele tempo, apesar de sua fé, a possibilidade de compreender acertadamente as palavras de seu Mestre, assim como tantas coisas, ditas por ele, nunca compreenderam direito. A esse respeito o próprio Cristo manifestou sua tristeza com bastante frequência. Formaram simplesmente o sentido da Ceia àquela maneira como haviam compreendido em sua simplicidade infantil. É evidente aí que reproduzissem também as palavras, pouco claras para eles, de maneira correspondente à sua própria compreensão, não, porém, assim como o Filho de Deus as tinha em mente. —
Jesus era a Palavra de Deus encarnada! Portanto, quem acolheu direito a sua Palavra dentro de si, este acolheu com isso a ele próprio.
E se uma pessoa deixa se tornar viva dentro de si a Palavra de Deus a ela oferecida para que, assim, torne-se-lhe uma evidência no pensar e no atuar, então ela, com a Palavra dentro de si, também torna vivo o espírito de Cristo, porque o Filho de Deus foi a Palavra Viva de Deus encarnada!
A criatura humana tem apenas de se esforçar para penetrar finalmente nesse curso de pensamentos de modo certo. Não deve apenas ler e tagarelar a respeito, mas também precisa procurar vivificar com imagens esse curso de pensamentos, isto é, vivenciar serenamente o sentido em imagens vivas. Então também vivenciará realmente a Ceia, pressupondo-se que reconheça nisso o recebimento da Palavra Viva de Deus, cujo sentido e querer ela naturalmente deve conhecer antes a fundo.
Não é tão cômodo assim, conforme pensam tantos fiéis. Aceitação bronca da Ceia não pode lhes trazer nenhum proveito; pois aquilo que é vivo, como a Palavra de Deus, quer e também deve ser tomado de modo vivo. A Igreja não consegue insuflar vida à Ceia para outrem, enquanto esse participante da Ceia não houver antes preparado em si próprio o lugar para recebê-la direito.
Vêem-se igualmente quadros que visam reproduzir a bela expressão: “Eu bato à porta!” Os quadros são certos. O Filho de Deus está parado diante da porta da cabana e bate, querendo entrar. No entanto, o ser humano aí já adicionou novamente algo do seu próprio pensar, ao deixar ver pela porta entreaberta a mesa posta na cabana. Surge assim o pensamento de que não deve ser repelido ninguém que peça de comer e de beber. O pensamento é belo e também corresponde à Palavra de Cristo, mas interpretado de modo demasiado restrito nisso. O “Eu bato à porta” significa mais! A caridade é apenas uma pequena parte do conteúdo da Palavra de Deus.
Quando Cristo diz: “Eu bato à porta”, quer ele dizer com isso que a Palavra de Deus, por ele corporificada, está batendo à porta da alma humana, não para pedir ingresso, mas sim exigindo entrada! A Palavra dada às criaturas humanas em toda a sua plenitude deve ser aceita por estas. A alma deve abrir sua porta para a entrada da Palavra! Se obedecer a essa exigência, então, os atos de matéria grosseira da criatura humana terrena serão como evidência de tal modo, como o exige a “Palavra”.
A criatura humana sempre procura apenas uma compreensão intelectiva, o que significa desmembramento e com isso também diminuição, um estabelecimento de limites mais restritos. Por isso, incorre sempre de novo no perigo de reconhecer apenas fragmentos de tudo o que é grande, conforme também aqui sucedeu novamente.
A encarnação, portanto, corporificação, da Palavra Viva de Deus deverá permanecer sempre um mistério aos seres humanos terrenos, porque o início desse fenômeno desenrolou-se no divinal. Até no divinal, porém, a capacidade de compreensão do espírito humano não consegue penetrar, ficando assim vedada à compreensão da criatura humana a primeira fase para a futura encarnação. Portanto, não é surpreendente que exatamente essa ação simbólica do Filho de Deus, que consistiu na distribuição do pão e do vinho, ainda não pudesse ser compreendida até hoje pela humanidade. Mas quem depois desse esclarecimento, que lhe permite imaginar um quadro, ainda quiser bradar contra tal propósito prova apenas que o limite de sua compreensão termina no espiritual. Sua defesa em favor da explicação literalmente antinatural de até então dessas palavras de Cristo testemunharia apenas uma obstinação inescrupulosa.
Mensagem do Graal de Abdrushin

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