domingo, 16 de agosto de 2015

CUIDADO COM A RATOEIRA

CUIDADO COM A RATOEIRA



O ser humano padece de um grave defeito: o egoísmo. É em função desse mal anímico que existe a grande disparidade na distribuição de riquezas, tanto em países desenvolvidos quanto nos em desenvolvimento. A convivência em sociedade implica em troca e ajuda mútua, que tanto pode ser valor material ou abstrato.
A vida em comunidade, embora para alguns possa parecer algo que não os afeta diretamente, como um todo tem tudo a ver, pois como entidades físicas, sozinhos não podemos resolver certos problemas e sempre dependemos uns dos outros. Quem vive em cidades de pequeno, médio e grande porte, precisa ser educado e sociável e tratar todas as pessoas indistintamente.
Nossas relações, quer sejam sociais e/ou profissionais, estão entrelaçadas pelo vínculo dos interesses, sejam eles financeiros ou recreativos. Às vezes, por inveja ou vingança tratamos mal certa pessoa. Mais tarde descobrimos que o nosso comércio emperrou em virtude de problemas burocráticos, e ficamos sabendo que a ordem veio de um chefe de secretaria, por sinal, muito amigo da pessoa que ofendemos.
Esse é apenas um dos exemplos que ocorrem numa sociedade, e que tem importância capital porque envolve trabalho do qual dependem famílias inteiras. Imaginar que vivemos em coletividade e pensar que não dependemos de ninguém e que não seremos afetados por algo que não nos oferece perigo imediato, é o mesmo que demonstrar estupidez e ignorância.
Afinal, queiramos ou não, estamos todos envolvidos numa poderosa teia, conhecida como cadeia social, cujos elos são os fatores das nossas necessidades básicas, tais como: precisamos do vendedor de sapatos, este por sua vez, necessita dos remédios da nossa farmácia, que tem necessidade de comprar roupas na loja de nosso tio, que precisa do mestre de obras e que é primo do dono da padaria, e assim por diante.
A quebra de um desses elos, em escala mundial, refletirá negativamente em todos os demais setores que dele dependem. Por isso, tudo ou nada pode ser problema nosso, depende apenas de que ângulo o vemos. Se aceitarmos o risco, temos a obrigação de agüentar as conseqüências. Nossa história da semana enfoca algo assim: “Um rato olhando pelo buraco da parede vê o fazendeiro, sua esposa e um pacote. Pensou logo que tipo de comida poderia ter ali.
Ficou aterrorizado quando descobriu que era uma ratoeira. Foi para o pátio da fazenda e advertiu a todos: – Tem uma ratoeira na casa, uma ratoeira na casa. A galinha que estava cacarejando e ciscando, levantou a cabeça e disse: - Desculpe-me, Sr. Rato, eu entendo que é um grande problema para o senhor, mas não me prejudica em nada, ratoeira não me incomoda. O rato foi até o porco e disse a ele: – Tem uma ratoeira na casa, uma ratoeira.
– Desculpe-me, Sr. Rato, mas não há nada que eu possa fazer, a não ser rezar pelo senhor. Fique tranqüilo que o senhor será lembrado nas minhas preces. O rato dirigiu-se então à vaca. Ela disse: – O que Sr. Rato? Uma ratoeira? Por acaso estou em perigo? Acho que não! Então o rato voltou para a casa, cabisbaixo e abatido, para encarar a ratoeira do fazendeiro. Naquela noite ouviu-se um barulho, como o de uma ratoeira pegando sua vítima.
A mulher do fazendeiro correu para ver o que havia pegado. No escuro, ela não viu que a ratoeira havia pegado a cauda de uma cobra venenosa. A cobra picou a mulher. O fazendeiro, quando percebeu o que se passara, levou-a imediatamente ao hospital. Tomou o soro, mas voltou com febre. E todo mundo sabe que para alimentar alguém com febre nada melhor que uma canja.
O fazendeiro pegou seu cutelo e foi providenciar o ingrediente principal. Matou a galinha. Como a febre da mulher continuava, os amigos e vizinhos vieram visitá-la. Para alimentá-los, o fazendeiro matou o porco. A mulher não melhorou e acabou morrendo. Muita gente veio para o funeral. O fazendeiro então sacrificou a vaca para alimentar todo aquele povo.
 Moral da história: então, se na próxima vez você ouvir dizer que alguém está diante de um problema e acreditar que ele não lhe diz respeito, lembre-se de que, quando há uma ‘ratoeira na casa’, toda a ‘fazenda’ corre risco.”      

Richard Zajaczkowski, bacharel em Direito,
Oficial de Justiça Avaliador, acadêmido de Jornalismo
e membro do Centro de Letras de Francisco Beltrão












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